O PAPEL DO FACILITADOR NO PROJETO "VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE" (VER-SUS) UNISC: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

DREAN FALCÃO DA OSTA, TERESINHA EDUARDES KLAFKE, MARTINA GONCALVES PIOVESAN, NAJARA LOURENCO DOS SANTOS, KARINI DA ROSA

Resumo


O projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) é uma estratégia da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) e contempla a formação de trabalhadores para atuação no SUS. A vivência de caráter multi e interdisciplinar, pautando a construção coletiva de conhecimento, compreende uma imersão na realidade do SUS, através de travessias pela rede de atenção à saúde, contemplando assistência, gestão, instâncias de controle social, serviços do SUAS e Educação que atuam em interface com o SUS, bem como organizações e movimentos sociais. A partir do VER-SUS pretende-se estimular a formação de trabalhadores comprometidos e sintonizados com os princípios e diretrizes do SUS, e ainda que se percebam como atores/atrizes sociais e agentes políticos capazes de promover transformações sociais. É um projeto que contempla o protagonismo estudantil em todo seu processo de construção e realização. As vivências realizadas na UNISC contam com a mobilização e organização de estudantes e apoiadores, especialmente do Grupo de Estudos e Trabalhos em Saúde Coletiva (GETESC). A vivência de 2013 foi realizada no mês de julho, com a participação de facilitadores e estudantes representantes de quatro universidades, de diversos cursos da graduação. Os versusianos, todos estudantes, conviveram durante duas semanas, onde foram desafiados a ficar juntos o tempo todo, compartilhando experiências, expectativas e colocando diferentes olhares e realidades para conversar. Dentre as atividades realizadas incluíram-se visitas aos locais durante o dia e no turno da noite, discussões das visitas, rodas de conversa e leitura e discussão de textos escolhidos pelo grupo. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a realidade do SUS, dialogar com profissionais, usuários e lideranças sociais, refletindo sobre as fragilidades e potencialidades da rede de atenção à saúde. Facilitadores e estudantes encontram-se em uma posição singular de protagonistas dessa história de formação. Entretanto, o facilitador exerce papel de corresponsável pelos processos decisórios relacionados a questões técnicas e operacionais da vivência, juntamente com as comissões organizadoras estaduais e locais e com o profissional de referência do município e/ou dos serviços que serão responsáveis por receber os estudantes. Fomenta as discussões entre a realidade encontrada nas visitas e a aprendizagem acadêmica, facilitando a interlocução com os demais parceiros do projeto. Deve estar atento às demandas do grupo, no que se refere aos sentimentos e anseios em torno da vivência, motivar os participantes, impulsionando-os diante dos desafios que surgem, e ainda, apresentar para a comissão local/estadual a perspectiva dos/as estudantes de graduação que vivenciam o estágio. Durante a vivência de inverno de 2013, evidenciou-se o exercício da cogestão pelo coletivo na produção e garantia de autonomia e participação ativa nos processos decisivos e organizativos da vivência. Os facilitadores aparecem nesse contexto como figuras importantes para estimular e garantir esse processo, consolidando uma relação horizontal, pautada no afeto e na solidariedade, (re)afirmando a construção coletiva de conhecimento, contribuindo para a produção de mudanças nos processos de pensamento e percepção da realidade.


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