Introdução: A Mielite Transversa é uma síndrome rara que acomete a medula espinhal, esta, suscetível a sofrer lesões e, consequentemente, a instalações de algumas patologias. É caracterizada por um processo inflamatório que pode afetar diversos segmentos da medula espinhal. A Mielite Transversa é uma classificação das leucomielopatias agudas, sendo uma das doenças desmielinizantes inflamatórias de mais difícil diagnóstico e de prognóstico reservado, devido à gravidade do dano produzido e suas sequelas funcionais. Essa síndrome é caracterizada por transtornos motores, sensitivos ou autonômicos, secundários a uma lesão na medula espinhal, os quais podem ser representados por fraqueza muscular bilateral de membros inferiores, perda sensorial e disfunção vesical e intestinal. Objetivo: Apresentar o estudo de caso de uma paciente com diagnóstico de Mielite Transversa atendida no Serviço de Reabilitação Física (SRFis). Metodologia: Este estudo se caracteriza por ser um estudo de caso individual, do tipo observacional exploratório. No primeiro momento, foi analisada uma ficha de avaliação com questões abertas e fechadas, que fornece informações sobre seus dados de identificação, diagnóstico, sintomas, queixa principal, doenças associadas, avaliação de dependência funcional e avaliação físico-funcional. Após a análise da avaliação, foram estudadas as propostas terapêuticas. Principais resultados: Paciente G.T.O., 56 anos, sexo feminino, com diagnóstico clínico de Mielite Transversa e diagnóstico fisioterapêutico de paraplegia. O tratamento fisioterapêutico foi realizado no Serviço de Reabilitação Física (SRFis) na Clínica FisioUNISC da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). A paciente locomovia-se de sua cidade por meio do transporte da prefeitura de seu município e era atendida todas as quintas-feiras pela manhã com sessão de 45 minutos, sendo os atendimentos realizados durante o primeiro semestre do ano de 2013. Apresentou como queixa principal a falta de movimento das pernas. Ao responder a avaliação, relatou que há cerca de quinze anos sentia fortes dores de cabeça, seguida por um desmaio, após entrou em coma e permaneceu cerca de trinta dias na UTI. Também na avaliação, verificou-se que a paciente era independente para comer/beber, vestir-se/arrumar-se/higienizar-se e tinha mobilidade na cama, porém, dependia de ajuda para tomar banho e usar o vaso sanitário. Não apresentava controle de esfíncteres, utilizando fraldas. A proposta terapêutica foi planejada e realizada com o objetivo de melhorar e manter a amplitude de movimento e a força muscular para membros superiores e inferiores, prevenir atrofia muscular por desuso de membros inferiores, favorecer exercícios de equilíbrio e de incontinência urinária. Nos relatos, a paciente declarou que houve uma melhora significativa em suas atividades de vida diárias em função do fortalecimento muscular e no controle da incontinência urinária. Conclusão: Verificou-se neste estudo a importância da reabilitação fisioterapêutica em pacientes com Mielite Transversa, os quais possuem limitações funcionais. Houve uma melhora significativa na amplitude de movimento e nas atividades diárias da paciente, contribuindo na sua qualidade de vida.