O PET-SAÚDE REDES DE ATENÇÃO: DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS COMO FIO CONDUTOR DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

BIANCA BATTISTI STROHSCHOEN, JANAINA VERNER, ROBSON ANTONIO GONCALVES, LUCIANO LEPPER, MARI ÂNGELA GAEDKE, VANDA BEATRIZ HERMES, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


O Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde) tem entre seus objetivos informar e orientar sobre as linhas de cuidados e os determinantes sociais que agravam o quadro das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), através de projetos de prevenção e promoção da saúde, que fazem repensar o modelo de assistência praticado atualmente. As DCNTs são um problema de saúde mundial e, no Brasil, foram responsáveis por 72% das mortes em 2007. Por sua magnitude e transcendência, as DCNTs necessitam de uma linha de cuidado multidisciplinar e do desenvolvimento de ações e atividades educativas para promoção da autonomia dos sujeitos no cuidado com a própria saúde. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões sobre a intercessão de um PET com a rede de serviços e com os recursos assistenciais disponíveis para atender às necessidades dos usuários com DCNT. O presente artigo é um Relato de Experiência do PET-Saúde - em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no município de Santa Cruz do Sul - RS - Brasil. Para tanto, elaboraram-se três planos de ação voltados à vigilância, promoção da saúde e cuidado integral. Sendo que o primeiro plano, relatado neste trabalho, consta da análise dos documentos de referência e contrarreferência (RC) de pacientes adultos na UBS, no período de fevereiro de 2007 a janeiro de 2013. Através da avaliação das RC, foi possível a obtenção dos seguintes resultados: foram solicitados 197 pedidos de referência em diversas áreas da saúde, contudo, os profissionais oftalmologistas (14,2%), nutricionistas (13,2%) e ginecologistas (8,63%) foram os mais referenciados. Houve predomínio do sexo feminino em 62,44%, o tempo médio esperado pela consulta foi de 84 dias, sendo o maior de 837 dias e mediana de 38,5 dias, 22% dos documentos não puderam ser avaliados quanto ao tempo de espera, pois, não foram preenchidas as datas de atendimento, 41,12 % das vezes o paciente foi referenciado sem história clínica, considerado-se breves relatos, os números sobem para 84,77% dos encaminhamentos. Conclui-se nesta pesquisa, que há necessidade de um aprimoramento no preenchimento do documento, uma vez que, grande parte dos pacientes são referenciados e contrareferrenciados sem uma história clínica adequada, o que dificulta a longitudinalidade, um dos atributos da atenção primaria à saúde fundamental no processo de cuidado. Outra ponto importante foi o tempo de espera pelo atendimento especializado, essencial, na medida em que permite atendimento com profissional com grande experiência e competência, entretanto, deve ser o mais eficiente e dinâmico possível, pois a demora no atendimento pode agravar uma condição clínica e, portanto, prejudicar de forma, muitas vezes irreversível, a saúde do paciente. Assim, devem ser ampliados métodos de conscientização e de capacitação dos profissionais, a fim de promover a integração dos pontos de atenção à saúde, primordial no cuidado integral do paciente.


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