DEMONSTRAÇÃO DO PERCURSO ELÉTRICO CARDÍACO E SUAS VARIAÇÕES UTILIZANDO A TÉCNICA INJETÁVEL COM TINTA NANQUIM
Resumo
Introdução: A condução elétrica cardíaca, inicia no nó sinoatrial, localizado anterolateralmente, logo abaixo do epicárdio, na junção da veia cava superior com o átrio direito, sendo este o marca-passo do coração. Esse estímulo se direciona pelas vias internodais atriais, seguindo para o nó atrioventricular. Através do nó atrioventricular, o estímulo elétrico é conduzido pelo feixe de His, onde o potencial elétrico parte para os ramos esquerdo e direito do feixe e, a seguir, vai para as terminações menores do sistema de Purkinje. Objetivos: Marcar e delimitar a sequência da inervação cardíaca através da técnica de injeção de tinta nanquim TRIDENT® (Nankin Super Profissional) em corações bovinos e suínos. Além disso, demonstrar os diferentes aspectos e características da inervação cardíaca nos átrios e ventrículos. Metodologia: Será realizado um estudo de caso, utilizando corações suínos e bovinos, do tipo delineamento observacional exploratório. A preparação dos corações, adquiridos previamente de frigoríficos, se inicia com o congelamento das peças durante 12 horas, sem fixação por formaldeído. A seguir, após descongelamento das mesmas, a exposição das câmaras cardíacas é feita a partir de uma sequência de cortes, que seguem o fluxo sanguíneo, com o intuito de não lesar o endocárdio. Com as cavidades cardíacas expostas, é inserida a tinta de nanquim, através de uma agulha de insulina (dimensões de 13cm x 4,5cm), na câmara ventricular esquerda, na falsa corda tendínea e, mais distalmente, novas punções e injeções serão feitas até completar o aparecimento total da rede de Purkinje. Já no lado direito, o caminho mais viável para acessar o ramo direito da fibra de His é puncioná-lo pela trabécula septomarginal. Para a análise dos resultados, foram fotografados os passos de dissecção e os resultados das injeções com tinta de nanquim. Resultados: através da técnica de injeção com tinta de nanquim, foi visualizada parcialmente a rede elétrica cardíaca. As áreas mais demarcadas pela técnica foram as fibras terminais, que correspondem aos ramos distais da rede de Purkinje, nos ventrículos. Já a demarcação atrial foi fraca e não foi possível observar a demarcação do nó sinoatrial, nó atrioventricular e feixe de His .Além disso, comparando-se as diferenças morfológicas, pode-se notar que a rede ventricular é mais densa e possui um aspecto difuso, que se dá pela penetração dos ramos distais das fibras de Purkinje no endocárdio. Conclusão: observou-se que a distribuição das fibras de Purkinje não segue um traçado linear pelas paredes do endocárdio, ou seja, a parte distal das fibras penetra difusamente na parede interna dos ventrículos, tendo uma área de atuação por quase todo o componente muscular dos ventrículos, contribuindo para que o potencial gerado no nó sinoatrial seja distribuído, oportunizando que o sangue possa ser ejetado dos ventrículos com contrações fortes e sustentadas.
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