CONTROLE DE QUALIDADE APLICADO AO MEDICAMENTO MAGISTRAL
Resumo
Introdução: A farmácia magistral tem se mostrado uma alternativa quando o paciente procura medicamentos com doses personalizadas ou custos mais baixos, o que resulta em um crescente aumento pela procura e consumo de medicamentos manipulados. A produção de medicamentos pela farmácia magistral é regulada pela RDC 67/2007, onde estão definidas as boas práticas de manipulação que estabelecem a periodicidade para avaliação da qualidade de seus produtos. O Laboratório Farmacêutico de Controle de Qualidade (LFCQ) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) realiza ensaios, pesquisas e estudos na área de medicamentos e insumos farmacêuticos, realizando análises físico-químicas, auxiliando, desta forma, a farmácia magistral a cumprir a resolução vigente. Objetivos: Oportunizar ao acadêmico do curso de Farmácia aprofundar os conhecimentos adquiridos durante sua graduação relacionados às análises farmacêuticas. Avaliar os insumos farmacêuticos e medicamentos, na forma farmacêutica cápsulas, produzidos por farmácias magistrais da região central e nordeste do estado do Rio Grande Sul, quanto aos parâmetros: identificação, pureza, doseamento e uniformidade de conteúdo. Metodologia: os ensaios foram realizados no Laboratório Farmacêutico de Controle de Qualidade (LFCQ) da UNISC, localizada no município de Santa Cruz do Sul. No período de julho de 2012 a junho de 2013, foram analisadas 103 amostras, sendo 42 de medicamentos com dosagem igual ou inferior a 25 mg e 61 de medicamentos com dosagem superior a 25 mg, sendo que nestas amostras avaliou-se também o insumo farmacêutico. Os parâmetros foram analisados através de metodologias farmacopeicas, em que foram utilizados padrões primários e secundários, com auxílio dos equipamentos: balança analítica Shimadzu, espectrofotômetro UV-Vis Shimadzu, cromatógrafo líquido de alta eficiência Shimadzu e estufa Tecnal. Resultados: A partir do levantamento de dados efetuados nos laudos de análise emitidos, constatou-se que, das 42 amostras de medicamentos com dosagem igual ou inferior a 25 mg, 66,66% foram aprovadas nos testes de doseamento e uniformidade de conteúdo e que, das 61 amostras de medicamentos com dosagem superior a 25 mg e seus insumos farmacêuticos, 90,16% passaram nos parâmetros farmacopeicos de identificação, pureza e doseamento dos insumos farmacêuticos e nos parâmetros de peso médio e doseamento dos medicamentos em cápsulas de dosagem superior a 25 mg. Os resultados confirmam a qualidade adequada dos insumos farmacêuticos avaliados, porém, denotam a necessidade de revisão das etapas envolvidas no processo de manipulação, quanto aos medicamentos de dosagem igual ou inferior a 25 mg, pois a porcentagem de reprovação no teste de uniformidade de conteúdo foi elevada. Conclusão: Desta forma, a participação e vivência do acadêmico nas análises farmacêuticas oportunizou uma reflexão sobre a importância do processo produtivo na qualidade do produto farmacêutico magistral, formando assim um futuro profissional crítico para o mercado de trabalho. Também evidenciou que a avaliação da qualidade dos medicamentos magistrais é primordial para a garantia da segurança e eficácia terapêutica.
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