ANÁLISE DOS VALORES DE GLICEMIA EM JEJUM EM GESTANTES: UM ESTUDO DO PRÓ E PET/ SAÚDE- REDES DE ATENÇÃO - REDE CEGONHA.

ANA JULIA REIS, SUSIMAR SOUZA DA ROSA, MAITE DA SILVA LIMA, JANINE KOEPP, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


O diabetes gestacional (DG) é uma das intercorrências mais frequentes da gestação, podendo levar a um aumento considerável dos riscos perinatais, bem como complicações na vida adulta dos filhos de mães com DG. O rastreamento deve ser iniciado com a anamnese para identificação de fatores de risco, sendo os principais, idade igual ou superior a 35 anos, obesidade, histórico familiar, ganho de peso excessivo durante a gravidez e hipertensão arterial. Todas as gestantes devem realizar a dosagem de glicemia no início da gravidez, independente da presença de fatores de risco, sendo repetida entre a 24ª e 28ª semana. O Mistério da Saúde preconiza que seja feito o rastreamento positivo em casos com níveis de glicose plasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dl. O diagnóstico de DG deve sempre ser confirmado pela repetição da glicemia de jejum e do teste oral de tolerância à glicose (TTGO). A realização do teste de glicemia em jejum no primeiro trimestre da gestação auxilia a detectar alterações prévias da tolerância à glicose. O objetivo do estudo é analisar os valores de glicemia em jejum no primeiro trimestre de gestação de gestantes que realizam acompanhamento de pré-natal. Trata-se de uma pesquisa do tipo documental, em prontuários das gestantes em uma Estratégia de Saúde da Família do Município de Santa Cruz do Sul, no período de setembro de 2012 a junho de 2013. Os exames de glicemia em jejum foram solicitados pela equipe de saúde da unidade, juntamente com outros exames realizados no pré-natal. Os dados foram tabulados em Excel e posteriormente analisados. Foram analisados prontuários de 33 gestantes com a média de idade de 22,7 anos. Dos 33 prontuários apenas 15 (45,5%) possuíam registro do valor de glicemia de jejum, 6 (40%) obtiveram resultados acima do valor indicado pelo Ministério da Saúde e somente 3 (50%) continham o registro de repetição do exame no terceiro trimestre, apesar da alteração. Observou-se, que um elevado número de gestantes apresentou o índice glicêmico superior a 85 mg/dl, fato que indica a necessidade de se realizar o rastreamento, ou seja, deve-se continuar investigando os parâmetros e atentar para o risco de diabetes gestacional. É de fundamental importância detectar precocemente níveis elevados de glicose no período gestacional, uma vez que, o diabetes é responsável por índices elevados de morbimortalidade perinatal, especialmente macrossomia fetal e malformações congênitas. Outro dado verificado diz respeito aos registros: faltam registros dos valores glicêmicos de algumas gestantes da unidade de saúde onde o estudo foi realizado. Muitos prontuários estavam incompletos, sem registros das consultas e com ausência de dados sobre a saúde da gestante.O registro de informações no prontuário é fundamental, sendo que a gestante pode perder seu Cartão de Gestante e não haver nenhuma outra fonte de informação, o que coloca em risco sua saúde pela falta de informações em caso de urgência. Percebeu-se, com isso, a necessidade de intervir junto à equipe no sentido de reforçar as orientações referentes ao rastreamento de DG e, principalmente, sensibilizar os profissionais em relação a importância do registro adequado.


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