INCLUSÃO DIGITAL COMO FERRAMENTA DE AUMENTO DA CAPACIDADE COGNITIVA DE PESSOAS COM MAIS DE SESSENTA ANOS
Resumo
O rápido crescimento do número de idosos (pessoas com mais de 60 anos) no Brasil, na última década, apontado através de recentes levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011, coincide com o veloz desenvolvimento tecnológico alcançado atualmente. Com a disseminação da informatização, a condição do idoso e sua inclusão frente à evolução tecnológica obtida nestes últimos anos tornam-se relevantes e merecem cada vez mais atenção. Fazem-se ainda mais importantes tendo em vista que uma das maiores preocupações diante do gradual aumento na expectativa de vida da população idosa é o declínio da capacidade cognitiva com o aumento da idade. Neste sentido, a utilização do computador e de outras tecnologias de informação como instrumentos de aprimoramento das habilidades cognitivas de pessoas na velhice poderia servir como instrumento de manutenção e otimização destas habilidades, evitando o declínio cognitivo e promovendo um melhor funcionamento intelectual. Levando em consideração a importância desta temática e a necessidade de avaliar a hipótese de que a inserção no mundo digital melhoraria a capacidade cognitiva de idosos, aplicou-se a um grupo de voluntários, participantes da Oficina de Inclusão Digital para a Terceira Idade da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, testes de avaliação de desempenho cognitivo. As oficinas de informática das quais os idosos participaram consistiram na realização de dez encontros distribuídos ao longo de dois meses. Eles foram realizados uma vez por semana, com duração de duas horas cada. Participaram da pesquisa seis pessoas, de sessenta a setenta e seis anos de idade, que não possuíam conhecimentos em informática. Antes do início das oficinas, os voluntários responderam a questionários e testes de avaliação mental que avaliaram o seu estado cognitivo (pré-teste). Para a realização da avaliação foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental - MEEM, o teste mais utilizado por avaliar outros aspectos cognitivos, além da memória: orientação temporal e espacial, registro (memória imediata), cálculo, memória recente e linguagem. Após o término das oficinas, os idosos foram reavaliados (pós-teste) para que os resultados pudessem ser comparados e analisados, e a hipótese averiguada. Após a realização do estudo, verificou-se que houve expressiva melhora na capacidade cognitiva dos voluntários avaliados. Conclui-se, portanto, que as oficinas de inclusão digital são instrumentos válidos para que pessoas na terceira idade possam incrementar suas habilidades cognitivas.
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