OFICINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: REPENSANDO NOSSAS PRÁTICAS DE ESCRITA
Resumo
Este trabalho busca refletir sobre os resultados obtidos nas oficinas de Língua Portuguesa do Subprojeto Letras/Português, realizadas através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), da Universidade de Santa Cruz do Sul. As atividades foram realizadas durante o primeiro semestre deste ano na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz, envolvendo alunos dos ensinos fundamental e médio. Na capacitação de verão do PIBID/UNISC, tivemos uma reunião com os supervisores da escola para iniciarmos as atividades com organização e direcionamento. Nessa reunião, foi acordado que os bolsistas tinham algumas opções de trabalho na escola, entre elas a gestão escolar, o monitoramento e as oficinas. Nós, bolsistas do Subprojeto Letras/Português, optamos pela última, pois acreditamos que, através das oficinas, podemos direcionar melhor a nossa proposta que atinge o ler/dizer, a oralidade e a escrita, que são os três eixos norteadores do nosso subprojeto. Assim, as oficinas foram realizadas no turno inverso ao das aulas. A escola considerou importante que nosso trabalho abrangesse, especialmente, o ensino médio, para que os alunos mantivessem e qualificassem ainda mais as notas favoráveis conseguidas em ENEMs passados. Nós aceitamos a proposta, apesar de, anteriormente, não termos tido uma experiência muito positiva em outras escolas com esse nível de ensino. Como os alunos do ensino médio já estão no mercado de trabalho e participam de alguns cursos, desenvolver atividades com o público adolescente é um desafio, pois nem sempre eles têm disponibilidade para mais um compromisso. Mesmo assim, buscamos maneiras de fazer com que os estudantes participassem ativamente dos encontros. O planejamento para as oficinas foi pensado a fim de preencher as lacunas existentes na escrita. Acreditamos que escrever é um processo que vai se construindo ao longo do tempo, além de ser uma atividade que envolve concentração e conhecimentos sobre o que se pretende abordar. Desse modo, optamos por iniciar as atividades instigando os alunos através da oralidade. Os textos e as discussões tornaram-se ferramentas para que a escrita fosse consequência dos nossos estudos. Depois de realizadas as atividades de leitura silenciosa, do dizer e da oralização, os estudantes começaram a produzir textos curtos e demonstravam opinião sobre os mais variados assuntos. Assim, percebemos o quanto a perspectiva de escrita é excessivamente escolarizada na forma escolar, tornando-se algo direcionado para provas e avaliações, afastando os discentes do lento processo de construção da escrita. O ato de escrever é mais complexo do que imaginamos e envolve, principalmente, a ampliação do repertório do aluno. A oficina tornou-se o instrumento que possibilitou que esse processo se intensificasse. A motivação dos alunos mostrou-nos, nesse período, que é possível tornar a escrita prazerosa. O projeto nos permitiu fazer reflexões que consideramos essenciais para as próximas experiências. As oficinas realizadas com o ensino médio instigam e desafiam a cada semestre o nosso subprojeto de Letras Português, que pretende se aperfeiçoar ainda mais nesse nível de ensino.
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