BRINCAR COM POESIA, UM PROCESSO EMANCIPATÓRIO

BRUNA DE QUADROS ETGES, SAMARA ALVES, ANGELA COGO FRONCKOWIAK

Resumo


Este resumo tem por objetivo relatar as atividades que foram desenvolvidas na escola Nossa Senhora do Rosário, pelo subprojeto de Letras Português do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES, que teve início no ano de 2010, na Universidade de Santa Cruz do Sul. O referido programa visa a proporcionar a interação dos acadêmicos de licenciaturas com o ambiente escolar e tem como coordenador geral o Prof. Rudimar Serpa Abreu e como coordenadora do subprojeto de Letras Português, a Prof.ª Ângela Fronckowiak. Como bolsistas deste subprojeto, estamos desenvolvendo, a pedido da escola, atividades com o objetivo de qualificar a produção escrita dos alunos. Mas, como sabemos, antes da escrita é preciso explorar outras habilidades, como ampliar os horizontes de leitura dos estudantes. Assim, primeiramente, selecionamos textos de diversas tipologias e, após o contato com este material, percebemos que o gênero textual mais apreciado pelos alunos foi a poesia. Então, criamos estratégias de leitura, enfocando o dizer. Dessa forma, selecionamos poesias com três temas escatológicos, amor, terror e seres extraordinários, sendo possível observar que a temática que os estudantes mais gostaram foi o terror. Como o nosso objetivo estava voltado à escrita, após a leitura e o dizer de vários textos poéticos, processo que percorreu algumas semanas, apresentamos aos discentes o limerique (poema curto, de cinco versos, em que o primeiro, o segundo e o quinto rimam estre si, enquanto o terceiro e o quarto formam outra rima), com a finalidade de, posteriormente, propor a eles a criação desta forma poética. Como o limerique é fortemente marcado por rimas, desenvolvemos alguns jogos enfocando a criação de diversas rimas. Para isso, um dos materiais que utilizamos foi o poema "Esquisitices", do livro A árvore que dava sorvetes, de Sérgio Caparelli. Após a leitura do livro, propusemos aos alunos um jogo, em que o objetivo era criar rimas. Passamos por todo esse caminho, anterior à criação do limerique, porque acreditamos que o processo de criação é tão ou mais significante do que o produto final, uma vez que acreditamos, assim como o historiador neerlandês, Johan Huizinga, que a poesia está situada na esfera lúdica em que nasceu. E como o texto poético permite um maior envolvimento com o leitor, faz com que os alunos saiam do horizonte da mera decodificação de grafemas. Como resultado desse processo longo e muito produtivo, os estudantes produziram limeriques com rimas ricas e com qualidade poética.


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