IMAGINÁRIO SOCIAL E CINEMA: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

DEISE FACCO PEGORARO, INDIARA RECH, LUCIANA DE AGUILAR BELIZIO, SÂMARA PEREIRA ALAZUELOS, VALESKA MARIA FORTES DE OLIVEIRA, VALESKA MARIA FORTES DE OLIVEIRA

Resumo


Este trabalho aborda uma narrativa/reflexiva sobre as vivências oportunizadas no projeto intitulado "Em tempos de formação - o cinema, a vida e o cuidado de si: exercícios autobiográficos e coletivos na atividade docente" do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário Social (GEPEIS) da Universidade Federal de Santa Maria, coordenado pela professora PhD Valeska Fortes de Oliveira. O projeto em questão tem por objetivo oportunizar formação continuada aos professores das redes municipal e estadual de ensino da cidade de Santa Maria/RS, bem como as acadêmicas do curso de Pedagogia, tendo como dispositivo - entre a prática pedagógica e o imaginário social - a linguagem do cinema. No contexto destas vivências, apresentamos uma proposta para pensar a formação docente com um olhar atento ao cuidado de si e às contribuições do cinema na vida e nas práticas do professor, divididos nos módulos: "O cinema na vida do professor: vivências e histórias pessoais" e "O cinema em sala de aula: práticas docentes e arte cinematográfica", com objetivo de propor uma formação ético-estética que auxilie a perceber os sentidos e significados construídos sobre o cinema pelos professores por meio da relação entre vida e arte cinematográfica, assim dada, pela identificação e interpretação de histórias pessoais, experiências, preferências, sentimentos, tensões e processos de (auto)formação. Nas atividades realizadas no Módulo I - "O cinema na vida do professor: vivências e histórias pessoais" - salientam-se como resultados das discussões de textos, de filmes/curtas-metragens/documentários, da exposição dos professores de suas histórias particulares de vida, experiências escolares e destaque de cenas que em algum momento encontram-se relacionadas com o eu-pessoal e o eu-profissional de cada um. O Módulo II terá início no mês de setembro com a mesma metodologia de construção do Módulo I, porém com oficinas práticas (edição de vídeos, cineclubismo, linguagem cinematográfica etc.) e seminários temáticos com renomados pesquisadores da área de cinema e educação. Na contemporaneidade, práticas sociais, como assistir a um filme no cinema ou assistir à televisão, por exemplo, estão incorporadas à cultura e, por isso, são tomadas como naturais. No entanto, tais práticas necessitam ser analisadas, pois o cinema vem não apenas como um meio de expressão e comunicação, mas também como formador de uma identidade, como um reprodudor de imaginários que ditam os modos de ser/estar no/com o mundo, e em sociedade. Como conjunto de imagens em movimento aliadas a técnicas cinematográficas, os filmes criam um sistema de significações. São histórias que interpelam o espectador de um modo avassalador, porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação - por um momento embaralhando o que se entende por realidade e ficção. Carregado assim de representações sociais, tem a capacidade de formar o professor mesmo quando este não está em sala de aula, e esse é um dos aspectos que estão sendo ressignificados com esta proposta de formação continuada que estamos apresentando, isto é, a oportunidade para o professor pensar em si como pessoa e não apenas como docente, vendo uma aplicabilidade para tudo que assiste. Assim, entende-se que os filmes, além de serem dispositivos impulsionadores do trabalho docente, são meios para enriquecer os repertórios pessoais do próprio professor.


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