Em propriedades rurais é comum o uso da água proveniente de fontes alternativas, sendo mais fácil sua captação e de menor custo, contudo, muitas vezes, sem um tratamento adequado. A desinfecção da água na propriedade agrícola representa um grande desafio, pois uma água de qualidade, além de trazer segurança e bem estar ao consumidor, também pode aumentar a produtividade dos animais e, consequentemente, maximizar a qualidade do seu produto. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da água em uma propriedade rural produtora de tabaco localizada no Vale do Rio Pardo. Efetivou-se a coleta de informações relativas às fontes de captação, como localização, finalidade e contaminação. Também foram verificadas as condições de distribuição e armazenamento da água e coletadas amostras do reservatório da propriedade de estudo para análises físico-químicas e microbiológicas. Com base nos dados observados, constatou-se que a água é captada de uma nascente de encosta, sendo destinada para o consumo humano e animal. A caixa de captação é construída de alvenaria com zona de infiltração em leito de areia e situa-se em uma área de preservação permanente, sem residências e demais dependências a um raio de 500m do local de captação. A água é conduzida por gravidade até um reservatório com capacidade de 500L, situado a aproximadamente 250m da captação, sendo o mesmo ponto de distribuição para as demais propriedades que são usuárias da água, totalizando 4 residências e 16 pessoas. Na propriedade em estudo, depois da caixa de distribuição, a água segue por gravidade até um reservatório de 1000L, sendo bombeada por uma motobomba centrífuga até outra caixa d'água com 500L de capacidade, situada a cerca de 4,0m de altura, cujo conteúdo desta é destinado diretamente para o consumo da residência. Os reservatórios são higienizados semestralmente. Verificou-se a presença de um filtro de carvão na torneira da cozinha. Os resultados analíticos de pH e turbidez revelaram valores médios de 7,1 e 1,62uT, respectivamente, encontrando-se dentro dos limites estabelecidos pela portaria nº 2914 (Brasil, 2011). Contudo, as análises microbiológicas evidenciaram resultados de contagem de bactérias heterotróficas de 6.600 UFC/mL, coliformes totais maior que 8NMP/100mL, bem como coliformes fecais maior que 8 NMP/100mL, em desacordo com os padrões legais estabelecidos por Brasil (2011) para consumo humano. Com estudos realizados na área e alternativas encontradas no mercado, considerando-se os custos e benefícios, optou-se por implantar um clorador modelo Embrapa por ser um equipamento simples e eficiente para a desinfecção da água na propriedade rural e evitar doenças comuns que causam sérios danos à saúde. Conclui-se que com a adoção de tal medida é possível melhorar a segurança bacteriológica da água consumida na propriedade.