PERCEPÇÃO E EXPECTATIVA DOS USUÁRIOS QUANTO AOS SISTEMAS DE COBRANÇA DE PEDÁGIO NO RS

JOAO RODRIGO GUERREIRO MATTOS, THAIS RADUNZ KLEINERT

Resumo


O Governo Estadual do Rio Grande do Sul criou, no ano de 2012, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a qual será responsável pela gestão das rodovias estaduais pedagiadas do Rio Grande do Sul. Nesse contexto, a presente pesquisa aborda dois modelos de cobrança de pedágio existentes no Estado, compreendendo o modelo que atualmente está em vigor e o que está sendo implantado através do fim da vigência das concessionárias estaduais. Foram coletados dados em relação a cada modelo visando à exemplificação para os usuários destas rodovias, a fim desses opinarem a respeito do assunto. Para entender a percepção e expectativa dos usuários nessa fase de transição entre os dois modelos aplicou-se um questionário com perguntas relacionadas ao tema. A partir dos dados coletados, foi possível realizar uma análise descritiva e inferências estatísticas do perfil dos usuários de rodovias estaduais pedagiadas. Os resultados possibilitaram concluir que a técnica adotada para a aplicação de questionários foi satisfatória para atingir os objetivos da pesquisa apresentada. Em termos de percepção das condições atuais dos pavimentos e segurança das rodovias estaduais pedagiadas, a maior parcela dos entrevistados considerou que estão em condições regulares. Foi possível constatar que o preço da tarifa de pedágio não é o fator mais determinante para a não aceitação do modelo atual de concessões às empresas privadas, mas sim o fato de que o usuário esperava um maior investimento nas rodovias pedagiadas. Identificou-se que as principais prioridades dos entrevistados em relação às rodovias pedagiadas são referentes às condições do pavimento, sinalização das rodovias e duplicação das rodovias. Isso pode se mostrar como um sério impasse à aceitação dos usuários ao novo modelo de cobrança de pedágio proposto pela EGR, pois é sabido que a mesma não pretende realizar grandes investimentos nas rodovias com os recursos obtidos, os mesmos se destinarão apenas a manter as condições mínimas de trafegabilidade nas rodovias estaduais pedagiadas. Quanto às expectativas dos usuários entrevistados, verificou-se que a maior parte tem a redução da tarifa de pedágio como a maior atribuição da criação da EGR. Ainda, acham que as condições gerais das rodovias estaduais pedagiadas vão piorar em relação ao estado atual após a efetivação da EGR como gerenciadora das mesmas. Essa linha de pensamento, aparentemente, fez os usuários entenderem que a melhor opção seria manter as empresas concessionárias como responsáveis pela gerência dos pólos rodoviários, porém, com revisão dos contratos e das tarifas de pedágio. A partir das informações coletadas nesta pesquisa, observa-se que a EGR é criada cercada de descrença por parte dos usuários e terá um árduo trabalho para reverter essa expectativa negativa.


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