Inclusão, escolar e social, exige mudança de mentalidade, mudança nos modos de vida, muitas reflexões e, como princípio fundamental, valorizar a diversidade humana. Sendo assim, no que se refere à inclusão, a escola deve elaborar sua proposta pedagógica de forma a atender o aluno com necessidades educativas especiais dentro dos critérios de crescimento intelectual, social e humano. Foi pensando no melhor convívio dos alunos com deficiência que a Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira solicitou o auxílio do projeto "Arquitetura e Saúde: Arquitetura para PcD" para a realização do projeto de sanitários inclusivos na escola. A necessidade de se pensar e projetar sanitários novos deu-se devido à falta de acessibilidade existente nos banheiros do local. Para que o aluno com deficiência pudesse usar o sanitário, ele teria de contar com o auxílio de funcionários para que os mesmos abrissem uma grade que separava os corredores das salas de aula para a parte da diretoria. Logo após a grade, se encontravam os sanitários "acessíveis", separando as PcD da escola, do seu mundo escolar, o que contribui para a afirmação da não inclusão e da segregação. Seguindo metodologias inclusivas, visitamos o local, estudamos as rotas dos alunos e detectamos a melhor rota para a colocação deste banheiro. Foram elaboradas duas propostas de reforma que foram apresentadas à direção da Escola Ernesto Alves. Na primeira proposta, as paredes de alguns banheiros seriam modificadas para que se pudesse introduzir os banheiros para PcD, com as medidas estipuladas pela NBR 9050. Para a segunda proposta, os sanitários permaneceriam os mesmos, anexando os banheiros para PcD ao lado, porém continuando com a ideia de inclusão e mantendo o acesso junto com os demais banheiros. As propostas também foram apresentadas ao conselho de pais e mestres da Escola Ernesto Alves. Mostraram-se plantas baixas, cortes, vistas, imagens em 3D. A decisão foi por reformar os banheiros internos, que estão localizados próximos aos corredores, incluindo os banheiros acessíveis junto aos demais, proporcionando que todos usassem o mesmo espaço, eliminando o aspecto de segregação. Nos dedicamos a detalhar a proposta escolhida e a especificar o que seria usado nos sanitários dos meninos e nos sanitários das meninas. Visitamos lojas colaboradoras da escola, escolhendo e detalhando os materiais, cores, revestimentos, azulejos, pisos, portas, espelhos e letreiros. Criamos, em ambos os sanitários, áreas criativas, onde serão expostas palavras, desenhos e frases que virão de uma atividade a ser desenvolvida com a comunidade da escola, para trabalhar o aspecto educacional e lúdico destes ambientes, trazendo para dentro destes a marca da escola de que todos construam e participem da criação destes ambientes inclusivos. Para a escolha dessas palavras, pedimos ajuda dos próprios alunos, para dizerem o que sentem ao pensar que irão ter um banheiro reformado e acessível. O resultado foi gratificante. Dentre algumas palavras que podemos destacar são "amor", "respeito", "legal", "rosas" e "sustentabilidade". Baseados nestas palavras, desenvolveremos a atividade. Toda pessoa, com ou sem deficiência, seja ela criança, jovem ou adulta, tem o direito de expressar seus sentimentos e o seu olhar perante tudo o que acontece ao seu redor. Como nós expressamos a diversidade de situações que ocorrem em nosso cotidiano? Com o projeto da escola, percebemos o quanto a inclusão é importante para os alunos com deficiência.