ENSAIO NÃO DESTRUTIVO PELO MÉTODO DE LÍQUIDOS PENETRANTES PARA AVALIAÇÃO DA SOLDAGEM DO CHASSI DO VEÍCULO DA EQUIPE BAJA DE GALPÃO UNISC

ANDERSON SAMUEL HUBNER, LUCAS DANIEL RODINI DE MELO, JORGE LUIZ RODRIGUES MARQUES, FLAVIO THIER

Resumo


O chassi do veículo da Equipe Baja de Galpão da Unisc é constituído por tubos redondos metálicos, com dimensões padronizadas pelo regulamento da competição, sendo que a união destes é realizada através dos processos de soldagem existentes. Visando a comprovar a eficácia e validar os processos de soldagem realizados, este trabalho apresenta a metodologia de um ensaio não destrutivo através de líquidos penetrantes objetivando avaliar as diferentes soldas. O ensaio por líquidos penetrantes é um processo não destrutivo de localização de defeitos superficiais que surgem na superfície de materiais sólidos e não porosos, aproveitando o fenômeno de capilaridade. É realizado em peças acabadas e semiacabadas para verificar a homogeneidade ou defeitos, sem prejudicar a posterior utilização das peças. Trata-se, portanto, de um ensaio superficial de inspeção indireta, já que se utiliza um penetrante que se introduz nos defeitos superficiais sendo que, após aplicação de um revelador, evidenciam-se de forma clara esses defeitos. O trabalho foi realizado utilizando-se os processos de soldagem por eletrodo revestido (eletrodo com diâmetro de 2,5mm) e TIG (com material de adição e soldagem autógena). A matéria-prima para a realização experimental foi o aço SAE 4130 e o aço SAE 1020. Primeiramente, utilizaram-se dois corpos de prova de cada material para cada processo. Depois de realizado o processo de soldagem, as peças a serem inspecionadas foram completamente limpas e secas. O líquido penetrante foi aplicado de modo a formar um filme contínuo que se estende para além da área a inspecionar sob temperatura ambiente (aproximadamente 25ºC). Este permaneceu o tempo suficiente para permitir a atuação do penetrante, cerca de 15 minutos. Logo ao témino deste tempo, realizou-se a remoção do excesso de líquido que não penetrou nas fendas e permaneceu na superfície da peça. Após esta etapa aplicou-se o revelador, que tem a função de aumentar a nitidez das indicações dadas pelo penetrante. Após 10 minutos, avaliaram-se os cordões de solda de acordo com o critério de aceitação do código ASME Sec.VIII. Verificou-se, no término do ensaio, que a peça soldada com eletrodo revestido apresentava uma mordedura com mais de 2mm, pequenas porosidades e inclusões de escória, pois se trata de um defeito característico de processos de soldagem a arco elétrico. Já a peça soldada pelo processo TIG, não apresentou porosidades visíveis ou qualquer indicação questionável ou duvidosa. Essa verificação aplica-se para os cordões de solda, avaliados e classificados na classe 1 de qualidade: nenhuma indicação arredondada, nenhuma indicação linear, nenhuma indicação alinhada. Com o resultado obtido, pode-se concluir que a união realizada pelo processo por eletrodo revestido, apresentou uma descontinuidade caracterizada como defeito, a mesma não se enquadra em nenhuma classe de qualidade, pois a mordedura encontrada reprova o cordão de solda. O mesmo não ocorreu pelo processo TIG, apresentando um bom aspecto superficial, um cordão de solda com excelente qualidade e apenas discreta indicação irrelevante para caracterizar o cordão de solda como defeituoso, indicando que o processo e procedimento de soldagem foi bem selecionado, podendo ser utilizado com confiabilidade para a soldagem dos tubos estruturais que compõem o chassi.


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