ENSAIO NÃO DESTRUTIVO PELO MÉTODO DE LÍQUIDOS PENETRANTES PARA AVALIAÇÃO DA SOLDAGEM DO CHASSI DO VEÍCULO DA EQUIPE BAJA DE GALPÃO UNISC
Resumo
O chassi do veículo da Equipe Baja de Galpão da Unisc é constituído por tubos redondos metálicos, com dimensões padronizadas pelo regulamento da competição, sendo que a união destes é realizada através dos processos de soldagem existentes. Visando a comprovar a eficácia e validar os processos de soldagem realizados, este trabalho apresenta a metodologia de um ensaio não destrutivo através de líquidos penetrantes objetivando avaliar as diferentes soldas. O ensaio por líquidos penetrantes é um processo não destrutivo de localização de defeitos superficiais que surgem na superfície de materiais sólidos e não porosos, aproveitando o fenômeno de capilaridade. É realizado em peças acabadas e semiacabadas para verificar a homogeneidade ou defeitos, sem prejudicar a posterior utilização das peças. Trata-se, portanto, de um ensaio superficial de inspeção indireta, já que se utiliza um penetrante que se introduz nos defeitos superficiais sendo que, após aplicação de um revelador, evidenciam-se de forma clara esses defeitos. O trabalho foi realizado utilizando-se os processos de soldagem por eletrodo revestido (eletrodo com diâmetro de 2,5mm) e TIG (com material de adição e soldagem autógena). A matéria-prima para a realização experimental foi o aço SAE 4130 e o aço SAE 1020. Primeiramente, utilizaram-se dois corpos de prova de cada material para cada processo. Depois de realizado o processo de soldagem, as peças a serem inspecionadas foram completamente limpas e secas. O líquido penetrante foi aplicado de modo a formar um filme contínuo que se estende para além da área a inspecionar sob temperatura ambiente (aproximadamente 25ºC). Este permaneceu o tempo suficiente para permitir a atuação do penetrante, cerca de 15 minutos. Logo ao témino deste tempo, realizou-se a remoção do excesso de líquido que não penetrou nas fendas e permaneceu na superfície da peça. Após esta etapa aplicou-se o revelador, que tem a função de aumentar a nitidez das indicações dadas pelo penetrante. Após 10 minutos, avaliaram-se os cordões de solda de acordo com o critério de aceitação do código ASME Sec.VIII. Verificou-se, no término do ensaio, que a peça soldada com eletrodo revestido apresentava uma mordedura com mais de 2mm, pequenas porosidades e inclusões de escória, pois se trata de um defeito característico de processos de soldagem a arco elétrico. Já a peça soldada pelo processo TIG, não apresentou porosidades visíveis ou qualquer indicação questionável ou duvidosa. Essa verificação aplica-se para os cordões de solda, avaliados e classificados na classe 1 de qualidade: nenhuma indicação arredondada, nenhuma indicação linear, nenhuma indicação alinhada. Com o resultado obtido, pode-se concluir que a união realizada pelo processo por eletrodo revestido, apresentou uma descontinuidade caracterizada como defeito, a mesma não se enquadra em nenhuma classe de qualidade, pois a mordedura encontrada reprova o cordão de solda. O mesmo não ocorreu pelo processo TIG, apresentando um bom aspecto superficial, um cordão de solda com excelente qualidade e apenas discreta indicação irrelevante para caracterizar o cordão de solda como defeituoso, indicando que o processo e procedimento de soldagem foi bem selecionado, podendo ser utilizado com confiabilidade para a soldagem dos tubos estruturais que compõem o chassi.
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