O projeto de extensão "Mãos à Obra", da Universidade Feevale atua em comunidades carentes no município de Novo Hamburgo/RS. Iniciado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo, hoje é interdisciplinar, envolvendo também os cursos de Gestão Ambiental e Tecnologia em Construção de Edifícios. O objetivo é capacitar pessoas e/ou qualificar ambientes, construídos ou não construídos (praças, vias,...), objetivando melhorar a qualidade de vida e do meio ambiente. Também busca abordar questões como: pesquisa e construção de protótipos e dispositivos que visam melhorar as condições de comunidades carentes em termos de eficiência energética e sustentabilidade e desenvolvimento de produtos ou sistemas sustentáveis, alternativos e de baixo custo. O projeto atua em uma área de ocupação irregular chamada Colina da Mata desde 2012, quando fora realizado o diagnóstico da situação ambiental. Este apontou sinais de grande degradação ambiental no solo e no corpo d´água existente no local. O local apresenta aterramento sobre remanescentes de alagadiços e este se deu com utilização de resíduos sólidos, principalmente constituídos por retalhos de couro da indústria calçadista. Entretanto, também se observa que o número de famílias catadoras de resíduos sólidos urbanos tem aumentado, contribuindo para a degradação do local onde residem. Constatou-se a existência de água superficial, representada pelo afluente do Arroio Pampa, próximo à nascente do mesmo, o qual se tornou um valo de descarte de resíduos sólidos e despejo de efluentes sanitários. Os resultados da análise laboratorial da água coletada em um afluente do rio Pampa, que passa por esta comunidade, apontaram que o valor obtido pelo IQA (é determinado pelo produtório ponderado de oito parâmetros pH, OD, DBOS, coliformes fecais, sólidos totais, turbidez, Nitrato e Fosfato) foi de 18,4, o que indica água de péssima qualidade. Este resultado apenas confirma um cenário de forte antropização deste ambiente e de riscos à saúde da população, conforme identificado desde as primeiras visitas a campo. Em relação às edificações, em geral, são produzidas através da autoconstrução. São construídas em madeira e telhado de fibrocimento, apresentando muitas frestas o que não garante o conforto térmico no frio e também não impede a entrada de insetos para o interior da residência, como apontado nas pesquisas de campo. Infelizmente, este cenário de degradação urbana e ambiental é recorrente em muitas das cidades brasileiras. Assim, este trabalho objetiva apresentar resultados parciais sobre o diagnóstico ambiental, além de estudar e propor alternativas para organização desta comunidade visando à melhoria da qualidade de vida da população e do meio ambiente. Com base nos resultados obtidos estão sendo planejadas ações de educação ambiental para sensibilizar a comunidade visando à melhoria do local onde residem. Além disso, existe o intuito de organizar os catadores em cooperativas buscando tornar o resíduo, que hoje é um gerador de problema ambiental, em fonte de renda para esta população. Entende-se que a resolução das problemáticas desta área está diretamente associada à requalificação do ambiente natural e posteriormente dos espaços edificados.