INFORMÁTICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

GUILHERME FERREIRA DE MATTOS, CRISTIAN EVANDRO SEHNEM , VIVIANE MULLER LAWISCH ALVES

Resumo


A acessibilidade, que consiste em tornar possível o acesso de pessoas com deficiência às mais distintas atividades, também atingiu o universo da informática. Com o avanço rápido da tecnologia e um olhar mais atento às limitações físicas, intelectuais e/ou sensoriais, totais ou parciais, softwares que visam ao uso do computador, seus recursos e internet são diversos e muitos deles distribuídos gratuitamente. Para quem possui deficiência visual (DV), cegueira ou baixa visão, os softwares leitores de tela têm essa função e cumprem-na através de retornos auditivos (voz sintetizada) para o desenvolvimento de ações cotidianas no computador, bem como a navegação na internet. Um dos leitores de tela mais utilizado é o NonVisual Desktop Access (NVDA), com a intenção de dar maior autonomia na realização de tarefas que envolvem o uso do computador. Apesar do avanço tecnológico rápido, existe carência e pouco incentivo no que diz respeito à formação e dedicação de profissionais voltados ao ensino deste público. O objetivo deste trabalho é proporcionar a alunos com DV acesso à informação por meio do computador e de seus recursos. Como diferencial, as turmas são de quatro alunos, no máximo, permitindo o melhor acompanhamento e aprendizado individual. O local onde ocorrem as aulas é o Núcleo de Socialização de Ciência e Tecnologia (NSCT). Atualmente são 11 alunos, com idades entre 13 e 76 anos. O projeto iniciou suas atividades em maio deste ano, partindo dos princípios básicos de orientação de espaço e local. Realizou-se inicialmente o que se chama "orientação e mobilidade", que torna possível a autonomia e independência dos alunos pelos arredores da sala de aula. No computador, os trabalhos foram inicialmente voltados para o conhecimento do teclado (posição dos dedos a partir das teclas em relevo, linhas central, superior e inferior, atalhos de navegação e de comando), partiu-se então para a digitação de palavras. Com o decorrer do tempo, o nível de dificuldade, tanto no número de linhas quanto no tamanho das palavras, uso de teclas de atalho, busca das pastas na área de trabalho, aumentou buscando, assim, maiores desafios e conquista de confiança por parte dos alunos. Após dez semanas de digitação, em média, iniciaram-se as orientações no uso da internet. Observou-se a qualidade na escrita e digitação e o domínio total da posição das teclas no teclado. Entretanto, nem todos os integrantes do projeto se encontram no mesmo nível de aprendizado. Fatores externos, como ausência de alguma experiência anterior com o computador, são limitantes no desempenho dos mesmos. Alguns participantes do projeto já possuíam computador em casa, utilizando-o com alguma autonomia, porém sem o recurso do NVDA. A concentração necessária para acompanhar a voz sintetizada do leitor de tela também é importante no processo de aprendizado de cada integrante. O uso de sites, buscas na internet e a criação de e-mails e redes sociais trouxe motivação e aguçou a curiosidade para um mundo que é totalmente novo para boa parte dos alunos. Estima-se que até o final de sua realização, todos estejam capacitados a utilizarem ferramentas do Word e Excel, além de "navegarem na internet", utilizando e-mail, páginas de busca, redes sociais e o Skype, tanto como adquirindo o domínio total do teclado e suas teclas de atalhos e comandos na digitação.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.