AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ANTISSEPSIA PRÉ-OPERATÓRIA DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE DO CENTRO CIRÚRGICO DE UM HOSPITAL DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL.

LISIANNE BRITTES BENITEZ, JANE DAGMAR POLLO RENNER, ROCHELE MOSMANN MENEZES

Resumo


INTRODUÇÃO: A infecção hospitalar ou IRAS (Infecção Relacionada240à Assistência240à Saúde) é conceituada como uma infecção que o indivíduo adquire durante o período de hospitalização ou após a alta, se esta estiver ligada ao procedimento realizado. Esse conceito se estende também para as Infecções de Sítio Cirúrgico,240que podem se manifestar até o trigésimo dia após a alta hospitalar e, em casos onde houver a colocação de próteses, até um ano após a alta hospitalar.240Esse tipo de infecção ocupa o segundo lugar no ranking das infecções hospitalares e aumenta os custos com a internação hospitalar, no que diz respeito ao tratamento medicamentoso e ao tempo de internação. A higienização das mãos é uma medida eficaz e econômica para prevenção destas infecções, pois impede que microrganismos presentes nas mãos dos profissionais de saúde sejam transmitidos para os pacientes. Estudos têm demonstrado que, após o procedimento cirúrgico, ocorrem microperfurações nas luvas da equipe cirúrgica, as quais passam despercebidas aos olhos do cirurgião. Os antissépticos mais utilizados na antissepsia pré-operatória são: a clorexidina a 2% ou 4%, iodopovidona e os alcoóis alifáticos como o isopropanol, etanol e n-propanol. Entre as técnicas de antissepsia das mãos, a escovação com escovas impregnadas de PVPI ou clorexidina é uma das mais utilizadas, apesar da Organização Mundial da Saúde não preconizar o uso de artefatos por ocasionar lesão residual na pele. Novas técnicas utilizadas na Europa estão ganhando espaço no Brasil, como por exemplo, a fricção de solução alcoólica que tem como vantagem menor tempo de secagem, fácil aplicação, efeito rápido e amplo espectro bacteriano. OBJETIVOS: Avaliar a microbiota presente nas mãos dos profissionais de saúde do Centro Cirúrgico de um hospital de ensino no interior do Rio Grande do Sul antes e após antissepsia pré-operatória, utilizando a técnica tradicional de escovação com escova de digliconato de clorexidina 2% e a técnica de fricção utilizando solução antisséptica alcoólica de dispensador automático. MÉTODOS: A amostra foi dividida em duas populações, onde uma população (n=15) realizou a técnica de escovação tradicional com conjunto escova/esponja contendo digliconato de clorexidina 2%, a outra população (n=18) realizou a antissepsia das mãos utilizando uma solução alcoólica retirada de dispensador automático. Foi aplicado um questionário sobre higienização das mãos a cada participante. A coleta dos espécimes foi realizada através de swab estéril240 das mãos antes e após a higienização e armazenado em tubos de ensaio com o meio liquido BHI (Brain Heart Infusion), após, foram realizadas as provas bioquímicas e coloração de gram para identificação das espécies, e antibiograma baseado no método de Ágar Difusão em Disco. RESULTADOS: Das 18 amostras coletadas do grupo que utilizou a técnica de antissepsia através de fricção com solução alcoólica, apenas 5 amostras apresentaram contaminação após a higienização das mãos. Já as 15 amostras do grupo que realizou a técnica de escovação utilizando escova de digliconato de clorexidina 2%, 12 amostras apresentaram contaminação após a antissepsia pré-operatória. CONCLUSÃO: a solução antisséptica alcoólica foi mais eficaz se comparada à técnica tradicional de escovação com digliconato de clorexidina 2%.


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