A PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS IGG CONTRA O TOXOPLASMA GONDII ENTRE ACADÊMICOS DA 16ª TURMA DO CURSO DE MEDICINA DA UNISC, CORRELACIONADA À EPIDEMIOLOGIA BRASILEIRA E À FATORES DE RISCO

JANE DAGMAR POLLO RENNER, GUILHERME BACKES, JESSICA PINTO EBERT, LEONARDO SILVEIRA NASCIMENTO, LUIZ INACIO ROMAN, VICTORIA TELES FRANCA

Resumo


INTRODUÇÃO: A toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita que pode atingir mais de 60% da população em determinados países e cujo agente etiológico é o protozoário Toxoplasma gondii. 240A ingestão de alimentos e água contaminados com oocistos oriundos das fezes de gatos e de carne malpassada contendo cistos constituem vias de transmissão da doença, além da infecção congênita por taquizoítos. O diagnóstico da toxoplasmose pode ser clínico ou laboratorial, sendo este por técnicas indiretas (teste sorológico para pesquisa de imunoglobulinas e teste de avidez para IgG) e diretas (moleculares, hibridização, cultivo celular e exame anatomopatológico da placenta). OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de soropositividade para anticorpos IgG anti-Toxo entre os acadêmicos da 16ª turma do Curso de Medicina da UNISC, correlacionando-a com a da população brasileira e verificar a relação dos resultados obtidos com fatores alimentares, comportamentais e congênitos, associados à infecção por Toxoplasma gondii. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo e analítico com 27 amostras de soro dos alunos da 16ª turma do Curso de Medicina. Em seguida, efetuou-se a sorologia com o kit ImmunoComb® Toxo IgG, um teste rápido para determinação semiquantitativa de anticorpos IgG para Toxoplasma gondii em soro ou plasma humano, que consiste em um ensaio imunoenzimático direto em fase sólida com 97,2% de sensibilidade e 93,75% de especificidade. Ademais, foi aplicado um questionário semiestruturado de natureza quantitativa aos indivíduos testados, com questões de múltipla escolha relacionadas às possíveis formas de contrair a infecção. Os dados foram tabulados no software Microsoft Office Excel e analisados.240 RESULTADOS: Dos 27 acadêmicos submetidos ao teste ImmunoComb® Toxo IgG, 20 (74,07%) apresentaram negatividade, ao passo que 7 (25,93%) possuíram a imunoglobulina IgG anti-Toxo.240 Dentre os soropositivos, 3 (42,85%) tiveram ou têm contato com gatos em seu dia a dia e, destes, 2 (66,66%) ofereciam ou oferecem carne crua ou malcozida ao animal. Seis (85,71%) afirmaram que a mãe não teve toxoplasmose antes ou durante a gestação e 1 (14,29%) declarou não saber. Somente 1 (14,29%) confirmou contato com areia e/ou terra. Dentre os alimentos potencialmente transmissores da parasitose, preponderaram os vegetais crus (85,71%), seguidos de carnes cruas ou malcozidas e queijo colonial sem inspeção (42,85%). Com relação aos acadêmicos não reagentes, apenas 5 (25%) tiveram contato com gatos, dentre os quais 2 (40%) usavam carne crua ou malcozida como alimento para o felídeo. Quinze (75%) disseram que a mãe não apresentou toxoplasmose antes ou durante a gravidez e dezesseis (80%) afirmaram não manipular areia e/ou terra. Quanto à forma de contaminação pela ingestão de alimentos, o consumo predominante entre os soronegativos é o de vegetais crus (50%), seguido do de queijo colonial sem inspeção (33,33%). CONCLUSÃO: A prevalência de soropositividade para anticorpos IgG anti-Toxo entre os acadêmicos do curso de Medicina encontra-se dentro da média estabelecida. O fator alimentar com maior associação à transmissão foi a ingestão de vegetais crus, seguido por carnes malpassadas e queijo colonial sem inspeção. O fator comportamental mais significativo foi o contato com gatos e a transmissão congênita parece não ser a principal causa de infecção.


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