AÇÕES EM SAÚDE COLETIVA: SUA IMPORTÂNCIA NA REALIDADE DO HIV/AIDS

EDUARDO STEINDORF SARAIVA, ALZIRA ROSVITA VAZ DA SILVA, DANIELA STAHLER PIRES

Resumo


Introdução: Este estudo foi baseado em experiências vividas durante o Estágio Integrado em Psicologia I e II, desenvolvido no CEMAS 226 Centro Municipal de Atendimento à Sorologia, que atende casos de HIV/Aids, DSTs e Hepatites Virais, através do SAE (Serviço de Atendimento Especializado), também responde pelo trabalho de testagem e aconselhamento 226 CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) para os municípios que compõem a 13ª Coordenadoria de Saúde. Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas atividades que foram desenvolvidas neste serviço, com o intuito de tornar conhecidas algumas ações em saúde coletiva que são feitas pelo CEMAS. Para tanto, foram desenvolvidas 3 (três) ações em saúde coletiva que ocorrem em nível de prevenção e acompanhamento de usuários, dividem-se em: Campanhas de Prevenção, Grupo de Gestantes e Projeto Flores da Noite. As campanhas de prevenção são 5 (cinco) durante o ano:240 carnaval, dia da mulher, dia dos namorados, oktoberfest e 1º de dezembro (dia mundial de combate a Aids). O trabalho de prevenção tenta chamar a atenção da população para a importância do uso do preservativo para proteger sua saúde e a de seus parceiros. Esse tipo de iniciativa encontra grande resistência em certos segmentos da sociedade, principalmente entre casais e idosos que, geralmente, tentam rejeitar os insumos de prevenção. No grupo de gestantes objetiva-se incentivar o diálogo entre as gestantes soropositivas, trazer para a discussão experiências vividas, dúvidas e questões que só podem ser levantadas num ambiente sigiloso, visando obter uma maior vinculação das usuárias com o serviço de saúde. O Projeto Flores da Noite tem o intuito de, através de uma estratégia de redução de danos, fornecer insumos de prevenção a profissionais do sexo e travestis. O atendimento ocorre direto em seus locais de trabalho, inclusive marcação de consultas e exames. Durantes as visitas pôde-se observar a realidade vivida por pessoas que diariamente convivem com os riscos de contágio por doenças sexualmente transmissíveis, seus temores e desejos. Nos dias atuais, aproximadamente 223.000 pessoas estão infectadas com o vírus HIV no estado do Rio Grande do Sul, sendo que, em média, 25% não sabem que são soropositivos, pois o vírus pode levar até 15 (quinze) anos para se manifestar, o que mostra o quanto a situação do HIV/Aids na região precisa ser encarada como de primordial importância para a saúde pública. 240Estas ações em saúde coletiva tornam visíveis o que a sociedade em geral faz questão de não ver, o que é mais confortável que fique escondido, como encarar que a prática sexual sem insumos de prevenção leva240à situações de vulnerabilidade.240A Aids não tem cara, classe social ou cor. Muitas vezes, os profissionais são encarados com estranheza pelas pessoas que são abordadas durante as campanhas; os profissionais de saúde são encarados com desconfiança quando são vistos adentrando em casas noturnas ou prestando atendimento em esquinas, porque este é um universo que fica no plano do "não dito", "não visto", é mais fácil não se conscientizar de que existem pessoas que trabalham com o comércio do sexo e que outras usufruem deste tipo de serviço. Considera-se de grande importância estas ações em saúde, pois fica cada vez mais evidente a necessidade de que a sociedade tome consciência da gravidade da pandêmia da Aids. A Aids não está restrita aos grupos de risco como pensa a população em geral.


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