Introdução: O desequilíbrio no consumo de nutrientes em relação às necessidades nutricionais que resultam no excesso de peso entre as
crianças, tem apresentado um aumento progressivo nos últimos anos. Estudos europeus demonstraram uma prevalência de excesso de peso entre 13,4% e 20% no sexo masculino e de 14% a 35% para o sexo feminino, no que se refere à obesidade.240A prevalência varia entre 9% e 26% para o sexo masculino, e de 9% a 20% para o sexo feminino. Estudos brasileiros evidenciam uma prevalência no sexo masculino de 12,93% para sobrepeso e 13,93% para obesidade no sexo feminino; 12,62% apresentam sobrepeso e 8,73% obesidade. A consequência desse distúrbio nutricional é o aumento dos fatores de risco e consequente incremento na obtenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer. A atenção primária, através de programas governamentais como Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) representa uma boa oportunidade para identificação da população de risco e promoção de medidas contra a obesidade infantil. Objetivo: Avaliar a prevalência de excesso de peso e obesidade em escolares inseridos no espaço geográfico de um PET Saúde. Métodos: Estudo transversal, que avaliou as variáveis idade, sexo, altura e peso, para obter o índice de massa corporal240(IMC), de 47 escolares, com idades entre 7 e 12 anos, de uma escola municipal no município de Santa Cruz do Sul 226 RS 226 Brasil, em dois momentos distintos, março 2012 e março de 2013. Utilizou-se a uma calculadora online, disponível no site do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), para avaliação dessas variáveis e classificação dos escolares quanto às categorias:240baixo peso, saudável, excesso de peso ou sobrepeso e obeso. Resultados: Foram avaliados 47 estudantes de 7 a 12 anos, dos quais 42,5% do sexo masculino e 57,5% do sexo feminino. Em 2012, 14,9% apresentavam sobrepeso e 21,3% obesidade. Dados referentes a 2013 demonstram uma prevalência 12,8% sobrepeso e
25,5% de obesos, de acordo com sexo, houve uma prevalência maior de excesso de peso e obesidade no sexo masculino, 15% e 30% respectivamente, enquanto no sexo feminino 11,1% apresentaram sobrepeso e 22,2% obesidade. Conclusão: Os dados obtidos na pesquisa demonstram uma maior prevalência de excesso de peso e obesidade, quando comparados a outros estudos. A prevalência do distúrbio nutricional, uma vez estabelecido, tende a manutenção ou aumento no decorrer dos anos. Por esse motivo, justifica-se programas como o PET Saúde, a fim de manter vigilância sobre o tema e promover, através de discussões em grupo, a alimentação saudável, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e diminuindo o 240risco de se tornar um adulto portador de240 doenças crônicas não transmissíveis.