A IMPORTÂNCIA DE INTERVENÇÕES NO USO DE TABACO E ÁLCOOL POR GESTANTES

AMANDA LUISA KESSLER, ARIANE DOS SANTOS HOPPE, EDNA LINHARES GARCIA, MARINÊS ERRARI, JANE DAGMAR POLLO RENNER

Resumo


Introdução: O uso de drogas por gestantes é um grave problema social e de saúde pública. Estudos recentes vêm mostrando um grande consumo de drogas como o tabaco e o álcool durante a gestação, e sabe-se que o uso dessas drogas pode trazer muitos malefícios tanto ao feto quanto à mãe. Para a gestante, a cessação do uso do tabaco traz muitos benefícios, já que o uso dessa substância está muito relacionado a um risco maior de aborto e de nascimento prematuro. O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação também é extremamente nocivo ao feto, já que o mesmo fica mais exposto a essa substância por ter seu metabolismo e sistema de eliminação mais lento. É constatado que o principal efeito do álcool no recém-nascido é manifestado através da Síndrome Alcoólica Fetal, caracterizada por retardo no crescimento intrauterino, entre outras complicações. Objetivo: Identificar quais as gestantes que fazem uso de tabaco e álcool durante a gravidez; analisar o perfil dessas usuárias e orientar sobre os malefícios que essas substâncias trazem a ela e ao feto. Esse projeto de pesquisa faz parte do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-SAÚDE) Redes de Atenção II, no Subprojeto Fortalecimento e Integração da Rede de Cuidados à Gestante Usuária de Crack e outras drogas. Metodologia: O trabalho foi desenvolvido no espaço da Ginecologia do Centro Materno Infantil (CEMAI), localizado na cidade de Santa Cruz do Sul, com gestantes que realizam as consultas de pré-natal neste estabelecimento. Por meio de entrevista e aplicação de questionário foi realizada a coleta de dados, a fim de se atingir o objetivo proposto. Resultados: Foram entrevistadas 60 gestantes, sendo que a maioria delas tem entre 26 226 35 anos (45%). No item escolaridade, a maioria (42%) das entrevistadas possui Ensino Médio completo, 13% Ensino Médio incompleto, 11% Ensino Fundamental completo, 23% Ensino Fundamental incompleto, 8% estão cursando o Ensino Superior e 3% não responderam. Em relação ao planejamento da gravidez, mais da metade delas não planejou (55%). Um dado bastante relevante da pesquisa foi que somente 8% participavam de grupo de gestantes. Sobre a abordagem do uso de bebidas alcoólicas durante este período, 23% relataram fazer uso esporádico desta substância. O hábito de fumar foi relatado por 5 gestantes usuárias do serviço (8%). Do total de entrevistadas, 22% convivem com alguém que fuma e 13% já fumaram em algum período da vida, longe da gravidez. O uso de drogas ilícitas como maconha e cocaína foi relatado por 6 e 2 gestantes, respectivamente. Conclusão: Através dos dados obtidos, conseguiu-se concluir que as gestantes, por não terem a devida orientação e não participarem de grupo de gestantes, têm pouca informação a respeito do uso dessas drogas e dos efeitos nocivos que podem causar a elas e ao bebê. Dessa maneira, torna-se importante a implantação de serviços especializados para o acompanhamento dessa população e a detecção precoce do uso de drogas por gestantes. É necessário que os profissionais que realizam o pré-natal estejam aptos para a detecção do uso dessas substâncias e saibam assistir adequadamente essas gestantes, apoiando-as na busca de suporte para cessar o vício e não apenas julgando ou orientando sobre as implicações do uso de drogas para sua saúde e do feto.


Palavras-chave: Gestação, Tabaco, Álcool, Drogas, PET-Saúde


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