ACOLHIMENTO EM SALA DE ESPERA DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

CARINA BUBLITZ, CÍNTIA IRAMENDI RECH LESSE, FRANCINE DELAVALD BOTTONI, ALINE BADCH ROSA, EMILI PEIXOTO BARBOSA PANICHI

Resumo


Introdução: Em março de 2014, o Hospital Santa Cruz (HSC) recebeu a primeira turma de residentes do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde: intensivismo, urgência e emergência. O Programa constitui-se de oito cursos da saúde: Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social,240 tendo como pretensão a educação em saúde, embasando o seu cuidado nas diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) e a partir de um olhar ampliado, visando à integralidade em relação ao sujeito atendido. O presente escrito irá delinear uma das experiências que vem sendo desenvolvida pelas residentes da Psicologia e do Serviço Social: trata-se do acolhimento realizado em Sala de Espera com os familiares e amigos dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Adulta (UTI A) do HSC. Objetivos: A experiência desenvolveu-se a partir da percepção das residentes da Psicologia e do Serviço Social em relação à necessidade de haver um acolhimento à família de pacientes internados na UTI Adulta. Frente a isso, iniciou-se movimentos de escuta, acolhimento e orientação aos familiares, na Sala de Espera da Unidade referida anteriormente, intuindo realizar uma abordagem que considere o contexto do paciente atendido em unidade fechada, a partir do acolhimento e da escuta realizados com a família. Assim, embora o foco seja a família durante a abordagem, o acolhimento realizado permite uma maior compreensão, também, do paciente como um sujeito além da doença ou do acometimento que o aflige no momento. Metodologia: A experiência ocorre de segunda-feira a sábado, durante o horário de visitas da tarde (das 13h30 às 14h, se estendendo antes e após o horário definido). Alguns instrumentos foram sendo criados ao longo da experiência, mas não são utilizados em caráter instituído e sim considerando o contexto, a situação e a necessidade do momento. Evolução em prontuário acessado por todos os profissionais, registro em caderno específico da Psicologia e entrevista semiestruturada, correspondem a alguns dos instrumentos referidos. Principais resultados: A experiência ainda está em processo, em construção. Além disso, torna-se difícil colocar em palavras uma prática que é mais da ordem da sensibilidade e do acolhimento, do que da busca de resultados prévios, estruturados e passíveis de medição. Não obstante, nesses primeiros cinco meses de experiência, pôde-se perceber a importância de um olhar diferenciado voltado às famílias. Olhar este, que contribui de modo sistêmico. Contribui aos familiares, mas também aos pacientes, que sentem-se acolhidos frente ao cuidado prestado à família, bem como passam a ser atendidos de modo mais ampliado, a partir das informações colhidas. Além disso, a experiência tem mostrado que serve de suporte e fortalecimento aos familiares, que entram na UTI para visitar os parentes um pouco menos angustiados com a situação. Conclusões: A experiência tem reforçado a importância do voltar-se para o outro, acolhê-lo em suas angústias e proporcionar um momento de cuidado e escuta. A continuidade da experiência relatada é fundamental, se se pretende propiciar um cuidado mais humano aos sujeitos e um atendimento que considere os diferentes aspectos que constituem cada ser humano.


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