Os implantes osseointegrados oferecem ao paciente ótimo resultado estético e funcional ao repor dentes perdidos, porém, para que o sucesso no tratamento seja obtido, é imprescindível que o local possua estrutura óssea suficiente e de qualidade, caso contrário, faz-se necessário repor esta estrutura através de biomateriais. Nesse sentido, buscando uma alternativa que se mostre mais efetiva e que proporcione menor morbidade operatória, as proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs) são fatores de crescimento que estão sendo amplamente estudadas. As BMPs são glicoproteínas pertencentes à superfamília dos fatores de crescimento beta (TGF-β) e desempenham diversas funções no organismo humano. Para a Implantodontia, o fato de estarem envolvidas na quimiotaxia, mitose e diferenciação de células mesenquimais do tecido ósseo, 240desperta um interesse especial voltado à regeneração óssea. Em 1991, foi publicado o primeiro relato de sucesso em regeneração óssea incorporando a rhBMP-2 em uma esponja de colágeno em um defeito na mandíbula de cães, onde foi concluído que a utilização da mesma proporcionou regeneração óssea no local do defeito. (TORIUMI, et. al, 1991).240 Em 2001, o primeiro estudo em humanos para correção de defeitos mandibulares foi publicado, concluindo que houve formação óssea induzida pela rhBMP-2, sendo que, segundo os autores, três meses após a enxertia foi possível observar radiograficamente e clinicamente a neoformação óssea em altura e espessura (MOGHADAM et al., 2001). Devido à existência de diversos estudos clínicos que comprovam a capacidade desta proteína de induzir o crescimento ósseo, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou no ano de 2007 o uso de rhBMP-2 associada à uma esponja de colágeno reabsorvível para cirurgia oral e maxilo-facial. Desta forma, objetiva-se através de uma revisão de literatura expor o histórico, analisar as propriedades, mecanismo de ação e aplicabilidades da BMP como neoformadora óssea na Implantodontia. A existência de diversos trabalhos que demonstram sucesso relacionado à neoformação óssea em altura e espessura faz com que se conclua que o uso da BMP é uma alternativa promissora. Observa-se que o uso clínico da BMP está crescendo, principalmente em aplicações off-label, acreditando que, no futuro, a utilização destas proteínas poderá ser padrão de tratamento para regeneração óssea. Ressalta-se a necessidade de um maior número de estudos a longo prazo para análise das variáveis que podem vir a ocorrer, assim como avanços referentes aos carreadores e técnicas de fabricação para reduzir custos são importantes.

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