Introdução: A avaliação clínica proporciona um correto diagnóstico em até 80% das consultas médicas. Acontece, hoje, no Brasil, que devido à maior demanda por atendimento ambulatorial, médicos reduzem o tempo desprendido a cada paciente e aumentam o número de solicitações de exames complementares. Se realizada de forma consciente, a tecnologia aplicada à saúde possibilita diversas opções de exames para investigação diagnóstica. Porém, como os dados do SIA/SUS (sistema que transforma dados ambulatoriais em imprescindíveis informações que embasam a tomada de decisões em saúde) mostram o uso indiscriminado dessas ferramentas tecnológicas, tem salientado suas desvantagens 226 elevado custo financeiro, desvalorização do exame clínico; lotação dos laboratórios e outros serviços; retardo no diagnóstico, em casos em que a evidência clínica bastaria; e, por fim, diagnósticos equivocados, já que cada exame tem variadas interpretações de resultados. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar a relação entre o número de solicitações de exames complementares 226 patológico clínico e imagenológico - e o número de consultas médicas, de 2000 a 2012, por regiões do Brasil. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a relação entre o número de solicitações de exames complementares 226 patológico clínico e imagenológico - e o número de consultas médicas no Brasil. Somado a isso, utilizou-se o DATASUS como banco de dados para corroborar as teses apresentadas nos artigos. Resultados: A partir dos dados tabulados, de 2000 a 2012, observaram-se as seguintes informações: o número total de consultas médicas/ano aumentou em torno de 40%, de 382 milhões para 537 milhões; o número de solicitações de exames patológico clínico aumentou 152%, de 246 milhões para 623 milhões; já, ao analisar as solicitações de exames de imagem, notou-se aumento de 123%, de 42 milhões para 94 milhões. A comparação entre os dados acima, nos dá a relação entre o número de solicitações de exames complementares 226 patológico clínico e imagenológico 226 por consulta médica/ano. Analisando tais valores, nas diferentes regiões do país, de 2000 a 2012, perceberam-se os dados a seguir: a região Norte variou de 0,91 para 1,69 (aumento de 85%); o Nordeste variou 0,62 para 1,01 (aumento de 62%); a região Sudeste apresentou índices de 0,64 e 1,21 (aumento de 89%); a região Sul alterou de 0,56 para 1,02 (aumento de 82%); a região Centro-Oeste mudou de 0,74 para 1,13 (aumento de 52%). Já a média de solicitações de exames de imagens por consulta médica, ao comparar todas as regiões, foi de 0,11 em 2000 e 0,18 em 2012 (aumento de 63%). Notou-se, que a maior proporção se deu na região Norte, variação de 0,1 a 0,25 (aumento de 150%). As regiões Nordeste e Sudeste, tiveram as menores proporções, variação de 0,09 a 0,13 (aumento de 44%) e 0,13 a 0,19 (aumento de 46%), respectivamente. O Centro-Oeste apresentou variação de 0,1 a 0,19 (aumento de 90%). E, o Sul apresentou índices de 0,09 a 0,16 (aumento de 77%). Conclusão: A partir dos dados do sistema DATASUS e da revisão bibliográfica, comprovou-se que há aumento na solicitação de exames complementares - patológico clínico e imagenológico -. A análise dos dados mostra que esse aumento se deve a solicitações de exames patológicos clínicos já que os exames de imagem contribuem com pequena parcela desse valor, independente da região brasileira alisada.