A ADESÃO AO PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA EM UM CENTRO OBSTÉTRICO

DEISE MACHADO ROCHA, JANINE KOEPP, CARLA RUBERT, GABRIELA MENDES DA SILVA, LILIAN KATIUCIA MULLER

Resumo


Introdução: Nas ultimas décadas ocorreram muitos avanços tecnológicos, os quais modificaram as técnicas e os utensílios cirúrgicos tornando os procedimentos mais rápidos, no entanto, isso não contribuiu da mesma forma para que tenhamos procedimentos mais seguros e eficazes. Com o aumento destes avanços, o índice mundial de cirurgias também aumentou, o que trouxe uma maior preocupação para a Organização Mundial de Saúde (OMS), pois por mais que todas essas tecnologias venham contribuindo para as práticas cirúrgicas, ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas. De acordo com dados emitidos no Segundo Desafio Global para a Segurança do Paciente, metade dos eventos adversos que ocorrem com pacientes hospitalizados podem ser prevenidos, mas infelizmente em nenhum país as técnicas de segurança que existem para minimizar tais eventos parecem ser executadas de forma fidedigna. Para minimizar os efeitos adversos no processo cirúrgico a Organização Mundial de Saúde lançou seu segundo desafio Global: 223Cirurgias Seguras Salvam Vidas224, contendo dez objetivos que240buscam atender240a revisão das evidencias e as recomendações. Com isso, o Ministério da Saúde implementou o Protocolo de Cirurgia Segura, contendo os dez objetivos a serem cumpridos, pois, segundo dados obtidos pela OMS, são inúmeras as falhas que ocorrem durante o processo cirúrgico, desde falhas na comunicação da equipe até falta de conhecimento cientifico por parte dos profissionais da saúde. Segundo a OMS, em seu manual, uma parcela significativa de mortes por erros de anestesiologia ocorre em pacientes obstétricas. Objetivo: relatar a percepção de alguns profissionais da saúde em relação a aplicação do protocolo de cirurgia segura, em um centro obstétrico de um hospital referência em atendimento de gestantes de alto risco. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência de profissionais de enfermagem em um centro obstétrico, e de como eles avaliam a necessidade e a importância da aplicação do Protocolo de Cirurgia Segura. Participaram de uma conversa informal 6 técnicos de enfermagem e uma enfermeira, todas exercem função no centro obstétrico de hospital. Resultados: A equipe de enfermagem avalia a implantação do protocolo de cirurgia segura de extrema importância, pois minimiza muitos riscos durante o ato cirúrgico, otimizando o cuidado e, proporcionando condições para atender o paciente, assim como possíveis intercorrências, tendo em vista que, comprovadamente, a cesareana é um procedimento cirúrgico que exige muita precisão dos profissionais devido ao grande risco hemorrágico. Porém, a equipe evidencia como ponto negativo a falta de adesão de alguns profissionais que compõem a equipe. Em alguns momentos percebe-se falha na identificação dos membros da equipe para a paciente e seu familiar, como também a dificuldade de ser ter um envolvimento maior de toda a equipe para se iniciar o procedimento, onde todos estejam presentes na fase de conferência do procedimento cirúrgico a ser realizado. Conclusão: A implantação do protocolo não é tarefa fácil, necessita de capacitação da equipe, diálogo com os cirurgiões e anestesistas para que todos participem e tenham como objetivo comum a segurança da paciente. Pertencemos a uma sociedade e a uma cultura onde cada vez mais buscamos realizar nossas tarefas no menor tempo possível, dificultando, assim, 240a adesão240 a processos que exijam mais tempo. Por conseguinte, devemos repensar as formas de desempenhar os processos.


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