Introdução: A disciplina de Estágio em Enfermagem II é um dos componentes curriculares do décimo semestre de graduação em Enfermagem, da Universidade de Santa Cruz do Sul e tem como objetivo possibilitar ao acadêmico uma experiência pré-profissional que o estimule a articular competências e habilidades técnicas assistenciais, de gestão e de educação permanente em serviço. Auditoria em saúde é uma ferramenta de gestão, e, habitualmente, trata da avaliação sistemática da qualidade da assistência prestada aos usuários/pacientes. No caso da auditoria de contas hospitalares, o conhecimento técnico-científico, ético e legal, e a vivência assistencial de profissionais médicos e enfermeiros são itens imprescindíveis para assegurar resultados qualitativos e quantitativos aos usuários/pacientes e a saúde financeira da instituição. As ações de médicos e enfermeiros auditores são voltadas para a análise dos prontuários dos pacientes, sua ordenação e seu preenchimento correto, e para observações e análises das prescrições, especialmente médicas e de enfermagem, assim como anotações de técnicos de enfermagem e de outros profissionais que compõem a equipe assistencial do paciente e sua família. Além disso, os profissionais auditores são responsáveis pela análise descritiva e financeira do período de internação do usuário, como taxas e diárias hospitalares, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, utilização de medicamentos e realização de procedimentos terapêuticos. Assim, na mesma condição de importância, a auditoria de contas hospitalares caracteriza-se como uma ferramenta de ensino e de pesquisa em saúde. Objetivo: Apresentar de maneira descritiva a experiência de estágio no serviço de auditoria de contas hospitalares. Metodologia: Descrição e análise da experiência vivenciada, no período de agosto de 2014, por uma formanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul, no setor de auditoria de contas em um hospital de grande porte do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Resultados: A observação, a descrição e as análises realizadas no período do estudo mostraram que, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo, há problemas nos registros, não significando que o paciente não tenha recebido atenção e cuidados terapêuticos necessários, mas que seu registro foi simplificado. Observou-se que não basta investir em altas tecnologias se recursos físicos de menor visibilidade e recursos humanos não forem permeados também pela busca da qualidade. Por fim, percebeu-se que a auditoria é potencialmente uma ferramenta pedagógica do ensino e da pesquisa em saúde, especialmente do ensino econômico financeiro de uma instituição. Conclusão: Como acadêmica, esta experiência ainda em curso tem contribuído para um aprendizado importante, tais como: qualidade e sustentabilidade de uma instituição, o que exige a necessidade de registros adequados; a sistematização da assistência é um imperativo de todos os profissionais que atuam no cuidado do paciente, destacando-se que o enfermeiro auditor se equilibra ética e profissionalmente em sua capacidade de interpretar contratos, convênios e regramentos operacionais e possui habilidade comunicacional em lidar com as equipes técnicas. Assim, considera-se o processo de auditoria um importante instrumento de educação permanente de qualidade assistencial e financeira de uma instituição.

240