EPIDEMIOLOGIA DO HIV NA REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
A AIDS foi reconhecida pela primeira vez em 1981 e hoje é considerada uma epidemia de múltiplas dimensões que ao longo do tempo vem sofrendo grandes transformações em seu perfil epidemiológico, mostrando-se complexa e configurando um mosaico de sub-epidemias regionais. A introdução da terapia antirretroviral de alta potência somada às ações de prevenção e controle da infecção alteraram o padrão da epidemia. A AIDS é considerada a doença infecciosa que mais mata no mundo pois se não houver rapidamente a contenção da replicação viral ocorrerá à destruição do sistema imune, diminuição do número de linfócitos subtipo CD4 e aparecimento de infecções oportunistas ou tumores podendo levar a morte. Os avanços na terapia antirretroviral levaram à diminuição da morbidade e da mortalidade por AIDS, e estudos populacionais mostram melhora na sobrevida dos pacientes havendo uma expectativa mediana de vida de 32,5 anos desde o momento em que começam o tratamento. Só em 2012 foram notificados 39.185 casos de AIDS no Brasil, com maior taxa de detecção na região Sul com 30,9/100.000 habitantes, região Norte (21,0) e região Sudeste (20,1), sendo que o Rio Grande do sul (41,4) e Santa Catarina (33,5) ocupam o ranking de maiores taxas de detecção de casos. Porto Alegre tem se mantido em primeiro lugar entre as capitais brasileiras (93,7). Em 2012, foram declarados 11.896 óbitos por AIDS no Brasil. O objetivo do estudo foi analisar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes HIV positivos pertencentes à região do vale do Rio Pardo (RS). Foi realizado um estudo descritivo, transversal e retrospectivo envolvendo análise de prontuários de 81 pacientes HIV positivos residentes no Vale do Rio Pardo atendidos no Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (CEMAS) do município de Santa Cruz do Sul - RS. Como resultado, percebeu-se que dos 81 pacientes analisados 48 pacientes (59,3%) eram do sexo feminino e 33 (40,7%) do sexo masculino. A média (± DP) de idade foi de 38 ± 10 anos e a média de IMC foi de 19,46 ± 3,63. Também foram analisadas as médias de contagem de células TCD4 e nível de carga viral no início de tratamento antirretroviral, sendo respectivamente as médias 140,44 x 10 6 (±43,44) e 4,15 (± 1,4) log10 cópias/mL. Em conclusão, nota-se que a prevalência de casos de HIV na região central do estado do Rio Grande do Sul é em mulheres com média de idade de 38 ± 10 anos. Com base nos resultados verifica-se que a epidemia nesta região é diferente das demais, e que a prevenção da infecção pelo vírus HIV ainda necessita ser enfatizada ainda mais nesta região.
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