GESTANTES SOROPOSITIVAS USUÁRIAS DE DROGAS E O VÍNCULO MÃE-BEBÊ: A ATENÇÃO PARA PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE

ANA PAULA JUSTEN, RAFAELA DOS SANTOS BORGES, EDNA LINHARES GARCIA, JANE DAGMAR POLLO RENNER, FABIANO SOARES DOS SANTOS

Resumo


O trabalho do PET-SAÚDE REDES DE ATENÇÃO II da UNISC tem como objetivo o fortalecimento e a integração da rede de cuidados a gestante usuária de crack e outras drogas. O CEMAS (Centro Municipal de Atendimento a Sorologia) através do SAE (Serviço de Atendimento Especializado) de Santa Cruz do Sul, responde pelo trabalho de assistência para os municípios que compõem a 13ª Coordenadoria de Saúde. O HIV, vírus causador da AIDS afeta o sistema imunológico do ser humano podendo levar a uma grande variedade de distúrbios. No entanto, ser portador de HIV não significa que o paciente está doente de AIDS, pois em função do atual incremento medicamentoso da política de AIDS, um indivíduo tem plenas condições de viver sem apresentar sintomas se aderir ao tratamento, embora possa infectar outras pessoas por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo e, no caso de mulheres gestantes através de transmissão vertical e durante a amamentação. O trabalho do projeto na unidade de saúde iniciou com o acompanhamento das consultas de pré-natal, acolhimento as gestantes, análise da adesão ao tratamento durante e pós-gestação, acompanhamento das consultas do bebê, visitas domiciliares e planejamento para melhor atenção às mulheres no desenvolvimento gestacional. A maioria das gestantes descobre ser portadora do vírus HIV na gestação, o que as deixa mais sensíveis e ansiosas, pois não sabem ainda como lidar com a situação, como tratar a gestação e se preocupam se o bebê nascerá com o vírus ou não. Ainda há as gestantes usuárias de drogas que necessitam de tratamento preventivo reforçado com estratégias de redução de danos ou abstinência. Nessa expectativa, o trabalho do PET-SAÚDE visa estudar a relação da adesão ao tratamento das gestantes soropositivas usuárias de drogas acompanhadas no serviço e o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê, além disso, intervém no tratamento e no processo de aceitação da condição que apresentam e as implicações necessárias, para uma vida de qualidade com alguns cuidados diferenciais, como acompanhar sua carga viral e não amamentar após o nascimento. Foi iniciado então o grupo de gestantes com o intuito de aproxima-las do serviço e fazer a análise da evolução clínica do bebê e da puérpera, bem como auxiliar no processo de entendimento da sua soro positividade, analisar a participação familiar nos cuidados com a criança e realizar oficinas de artesanato com as mesmas. Estão sendo desenvolvidas oficinas de pintura em tela e bordado, em que as gestantes fazem trabalhos decorativos para o bebê ou para si própria. Durante as oficinas ocorre a troca de experiências entre elas, as bolsistas do PET-SAÚDE e a equipe de psicologia e enfermagem do serviço que acompanham os trabalhos. Algumas gestantes nunca desenvolveram trabalhos artesanais até a realização desse grupo demonstrando satisfação pela oportunidade de participarem do projeto e fazerem uma obra de arte ou bordado. Constatamos que este modo de atenção dirigida a estas mulheres aumenta a autoestima e o autocuidado com a saúde, ao mesmo tempo em que protege o vínculo mãe-bebê. Palavras-chave: Gestantes, drogas, HIV, Pet-Saúde.


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