MATERNIDADE TARDIA

GISELE LEMOS FERREIRA, LEONARDO RAFAEL CORTES DA ROSA, LUISA GELSDORF, LENI DIAS WEIGELT, MARISTELA SOARES DE REZENDE

Resumo


A sociedade contemporânea tem influenciado nos hábito de vida da mulher. Percebe-se que a maternidade tem sido postergada, muitas vezes, em detrimento de fatores intimamente relacionados. Entre esses, pode-se citar as exigências do mercado econômico; a formação profissional; a inserção no mercado de trabalho, a busca por uma posição igualitária ao240universo masculino; os casamentos tardios; as separações conjugais seguidas de novas uniões; do comportamento da sociedade quanto à postura da mulher contemporânea; os avanços da tecnologia e da medicina; como o surgimento dos métodos contraceptivos e dos tratamentos de infertilidade. O IBGE (2010) apontou que, na região metropolitana de Porto Alegre, o percentual de mulheres no mercado de trabalho cresceu, pois, em 2008, era de 43,1%, e, em 2010, 45,9% (BELTRAME; DONELLI, 2012). Compreende-se que as ambições profissionais da mulher são privilegiadas, porém, a gestação tardia pode comprometer a sua saúde e a do bebê. O Projeto de extensão 223Atenção à Criança e ao Adolescente224 da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), desenvolve ações em vários cenários, entre eles, na maternidade do hospital de Santa Cruz (HSC), de Santa Cruz do Sul. Entre seus objetivos estão a promoção à saúde e prevenção de doenças junto às gestantes, puérperas, crianças e adolescentes. O Projeto, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC, sob parecer número 345.532, dispõe de um instrumento que permite coletar dados para perfilar os sujeitos atendidos e nortear ações de educação em saúde. Instigados pelo achado significativo de 39 (28,47%) puérperas primigestas com idade igual ou acima de 29 anos, entre as 137 puérperas atendidas pelo Projeto na maternidade do HSC, no período de abril a julho de 2014, aprofundou-se a investigação no livro de registro de partos dessa instituição. Portanto, o objetivo deste trabalho é expor os dados coletados e propor uma reflexão quanto ao adiamento da maternidade. Assim, no período de abril a julho de 2014, 654 parturientes foram registradas no HSC. Dessas, 351 (55,2%) eram primigestas, sendo uma (0,15%) com menos de 14 anos; 40 (6,11%) tinham de 14 e 18 anos; 80 (12,23%), de 19 e 24 anos; 39 (5,96%), de 25 e 28 anos; e 191 (29,2%), de 29 e 52 anos. Logo, foi confirmado o expressivo número de mulheres primigestas tardias nessa maternidade. O IBGE (2010) reforça esses dados, ao destacar que, em 2010, nasceram 2.760.961 crianças e, dessas, 371.382 (13,45%) a mãe tinha menos de 14 a 18 anos; 897.076 (32,5%) tinham de 19 e 24 anos; 568.789 (20,6%), de 25 e 28 anos; 906.573 (38,83%), a partir de 29; e; 17141 (0,61%) a idade era ignorada. Estarão as mulheres felizes com uma maternidade tardia? Estarão cientes dos impactos sociais e fisiológicos desse movimento? Acredita-se que esse fenômeno atual deva ser mais discutido para permitir novas reflexões. Pensa-se que, apesar dos avanços da tecnologia, é importante que os profissionais da saúde mantenham a mulher informada quanto às questões que envolvem a maternidade para que possa fazer escolhas que contemplem tanto suas necessidades socioeconômicas quanto seu desejo maternal sem danos físicos, sociais e psicológicos.


Referências: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 226 IBGE. Estatísticas do Registro Civil, v.37, 2010.


BELTRAME, G. R.; DONELLI, T. M. S. Maternidade e carreira: desafios frente à conciliação de papéis. Aletheia [online]. 2012, n.38-39, pp. 206-217.


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