ENTRE O DESEJO DE SER MÃE E O PRAZER PELA DROGA: A ADESÃO AO TRATAMENTO E O FORTALECIMENTO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ

LARISSA LIBIO , STEPHANIE ARIELE AVILA CARDOSO, PRISCILA MEDEIROS SUITA, EDNA LINHARES GARCIA, MICHELE ALMEIDA FAVERO

Resumo


Introdução: A temática da drogadição tem sido foco de atenção em estudos e debates, inclusive na atenção às gestantes. A gestação compreende expectativas e sentimentos de insegurança na mulher. Quando esta experiência se soma à dependência química, observam-se sentimentos ainda mais ambivalentes. De um lado, está a motivação de se manter em abstinência por conta da sua saúde e do bem-estar do bebê e, do outro, a compulsão pela droga. A gestante se vê em um caminho permeado pelo desejo de ser mãe e o prazer da droga. Para se manter abstêmia é fundamental que ela realize movimentos para interromper o uso. O vínculo com o bebê pode se mostrar um dispositivo para alcançar este objetivo. Tendo em vista esta perspectiva, o Programa de Educação pelo Trabalho 226 PET SAÚDE Redes de Atenção II 226 Gestantes Usuárias de Crack, objetiva a promoção do cuidado e a atenção à esta população. Objetivo: Estes relatos se referem a um estudo de caso realizado por duas bolsistas do PET no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD III) no município de Santa Cruz do Sul, que teve como objetivo analisar quais os movimentos realizados por uma gestante usuária de cocaína em tratamento no serviço desde novembro de 2013, que contribuíram para a manutenção da abstinência enquanto gestante e após o nascimento do bebê. Este relato foi escolhido por representar um dos poucos casos de usuárias de drogas que aderiram ao tratamento durante o período gestacional, permanecendo vinculada ao serviço após o nascimento do bebê. Metodologia: Os dados apresentados foram coletados através de atendimentos individuais à gestante, realizados pelas bolsistas e preceptores do projeto, além de informações colhidas em seu prontuário. Resultados: a gestante buscou tratamento para dependência química pela primeira vez em novembro de 2013, na época com 20 semanas de gestação. Desde o início demonstrou motivação em interromper o uso de cocaína e álcool no período gestacional. Participou de diversas oficinas terapêuticas, evidenciando interesse e preocupação em ocupar o tempo, a fim de evitar a droga. Além disso, se manteve assídua nos grupos terapêuticos, mostrando-se participativa às propostas. Realizou atendimentos individuais com a equipe multiprofissional do serviço, revelando constância e assiduidade. Durante o tratamento a gestante contou com apoio familiar e evidenciou preocupação em realizar o devido acompanhamento da sua gestação. Desde a entrada no serviço, ela está há nove meses em abstinência. Conclusão: Conclui-se que os movimentos realizados pela gestante contribuíram para a manutenção da abstinência. A busca para o tratamento da dependência química em um serviço especializado, a adesão ao mesmo através da participação assídua em grupos e oficinas terapêuticas e o uso regular da medicação favoreceram o p


Apontamentos

  • Não há apontamentos.