PERFURAÇÃO DE COROAS PROTÉTICAS PARA TRATAMENTO ENDODÔNTICO NO PROJETO DE EXTENSÃO
Resumo
Introdução: Os casos em que há necessidade de perfuração de coroas protéticas para tratamento endodôntico com frequência estão presentes no dia a dia do cirurgião-dentista e se constituem em casos mais complexos a serem realizados. Não são raros os casos em que há necessidade de tratamento endodôntico após a confecção de uma prótese parcial fixa realizada sobre núcleos naturais. A presença dessas restaurações metálicas ou metalocerâmicas pode trazer dificuldades para o profissional, no momento do acesso coronário destes dentes, pois são materiais de alta rigidez e dureza. O projeto de extensão "Reabilitando sorrisos em busca de uma melhor qualidade de vida da população" do Curso de Odontologia da UNISC tem como objetivo atender pacientes de todas as idades e, entre outras atividades, realiza tratamentos endodônticos complexos, como canais com calcificações, curvaturas acentuadas e retratamentos endodônticos de molares. Objetivos: Este estudo tem como objetivo enriquecer o conhecimento a respeito do acesso à câmara pulpar e aos canais radiculares através da coroa protética, esclarecendo como esse procedimento deve ser realizado e quais os tipos de instrumentos (brocas e pontas diamantadas) podem ser utilizadas para essa perfuração ser confeccionada da melhor maneira possível, de modo que esse tipo de trabalho odontológico não traga injúrias posteriores ao dente. Metodologia: foi realizada uma revisão na literatura sobre o assunto e relato de um caso clínico.240240Resultados: No caso de coroas totais metálicas, o acesso deve ser feito com brocas de vídea ou brocas carbide, que são fabricadas com carboneto de tungstênio, sendo muito eficientes no acesso através desse tipo de material. O acesso é feito de maneira suave, sem aplicar força e pressão prolongadas e de modo intermitente, com irrigação abundante até que se atravesse completamente o material em questão. O uso das brocas carbide se constitui em uma ótima alternativa para a perfuração de coroas protéticas em dentes que necessitam tratamento endodôntico. Sempre lembrando que geralmente se faz o uso de brocas novas, para causar menos injúras ao dente e tornar o trabalho do profissional mais rápido. No caso de coroas artificiais metalocerâmicas ou de cerâmica pura, se levarmos em conta que esta será mantida, deve-se tomar cuidados significativos para evitar a fratura desse material. Nesses casos, antes de se atingir o casquete metálico, é necessária a utilização de pontas diamantadas para desgaste da porcelana. E, em seguida, devem ser utilizadas as brocas carbide para corte do metal. Depois de atravessado o material protético restaurador, o acesso na estrutura dentária segue normalmente obedecendo os princípios de confecção da cavidade de acesso, tendo-se o cuidado de não desviar a direção de trepanação, visto que nos casos de coroa protética este risco de desvio é maior.O caso clínico de perfuração de coroa total metálica, foi realizado em um dente 27, de paciente do gênero masculino, com 75 anos de idade. Conclusão: O acesso endodôntico em coroas protéticas oferece maior dificuldade quando comparado ao acesso em dente natural, entretanto, tomando-se as precauções devidas para não gerar injúrias ao dente em questão e preservar ao máximo a integridade do mesmo, este procedimento se torna viável inclusive por alunos de graduação.
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