Diante da degradação dos sistemas de sustentação da vida no Planeta, pode se perceber que, no que se refere ao modelo de produção assentado na exploração sem limites dos recursos, há empresas para as quais a gestão socioambiental vem sendo um desafio para seu crescimento e desenvolvimento. As organizações produtivas contemporâneas estão compreendendo os problemas ambientais não somente como impactos negativos, mas sim como uma forma de abertura para ideias e soluções reativas, proativas ou até mesmo inserindo-as em sua administração estratégica, adotando abordagens que tragam benefício ao meio ambiente, ao bem estar das sociedades e que também resultem em lucros para as empresas. As empresas estão buscando sustentabilidade, o que significa equilibrar a rentabilidade com a gestão que ultrapassa a lógica do capital. O objetivo é atender ao tripé: sustentabilidade econômica, ambiental e social. No vasto campo da sustentabilidade, uma das práticas capazes de gerar maior impacto de transformação no sistema socioambiental refere-se à geração e descarte de resíduos. O conhecimento do ciclo de vida dos produtos bem como a responsabilização das organizações produtivas por todos os resíduos gerados, desde sua fabricação até a disposição final, através de legislação específica apresentam um novo cenário de desafios e possibilidades. É neste contexto que se desenha a presente pesquisa, a qual objetivou compreender de que forma a Lei de Resíduos Sólidos (nº. 12.305, de 02/08/2010) tem impactado as Empresas de Fabricação de Embalagens no estado do Rio Grande do Sul, através da averiguação do grau de conhecimento e de aplicação dos princípios da Lei pelas empresas, bem como do diagnóstico das características da relação das empresas estudadas com a sociedade e com o meio ambiente, buscando a compreensão de algumas das variáveis que caracterizam o campo socioambiental. O trabalho teve como ponto de partida a construção de um quadro-referência sobre a relação natureza-sociedade-empresas, buscando discutir as formas como a sociedade de consumo interfere nos sistemas de sustentação da vida, bem como as possíveis estratégias a serem adotadas na busca por um modelo de produção sustentável. A metodologia adotada na pesquisa é caracterizada como exploratória e de caráter quali-quantitativo, a qual ofereceu as ferramentas necessárias à análise conclusiva. Para atingir os objetivos do trabalho foram aplicados questionários a empresas do ramo de embalagens e as respostas foram analisadas à luz das teorias contemporâneas acerca do tema. Ao final da pesquisa foi possível a construção de um provável cenário da situação das empresas de embalagens plásticas no estado do Rio Grande do Sul, apontando necessidades de mudanças principalmente no que se refere a: utilização de formas alternativas de produção e matéria-prima para obtenção de lucro; redução de desperdícios; maximização de processos; eliminação de atividades desnecessárias; melhoramento da imagem da empresa junto aos seus clientes, consumidores e sociedade em geral; evitar custos futuros com multas; dentre outros.