FAMÍLIA E CONFLITOS: AS INFLUÊNCIAS DAS ADVERSIDADES DIÁRIAS NA DINÂMICA FAMILIAR

DULCE GRASEL ZACHARIAS, PAULA CRISTINA SULZBACHER

Resumo


O presente trabalho visa apresentar um estudo de caso de um casal atendido no Serviço Integrado de Saúde - SIS, da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, enfocando as variantes da Psicoterapia através da perspectiva da Psicologia Sistêmica. O objetivo desse trabalho é o melhor entendimento da dinâmica do casal, para assim, possibilitar uma melhor evolução do caso, bem como buscar um melhor prognóstico. A metodologia do trabalho consistirá em analisar as diferentes questões apresentadas pela família à luz da Teoria Sistêmica, que busca entender o funcionamento dos indivíduos em seus sistemas familiares, considerando também os sistemas que as cercam e compõem - cultura, comunidade - e a interação com os mesmos. 240O casal em questão começou a apresentar dificuldades quando se viu em uma situação240de grande mudança, quando se viram, após mais de uma década de união, convivendo diariamente em função de uma empresa familiar, e com um filho que já não mais necessitava da atenção integral dos mesmos,240o qual, à princípio funcionou como PI (paciente identificado). A família desenvolveu, ao longo dos 15 anos de convivência, um padrão próprio de funcionamento, que deu certo até que houve uma mudança brusca na rotina, que promoveu uma maior convivência do casal, o que deveria ter ocorrido no primeiro estágio desse sistema, quando havia apenas um casal que estava formando uma nova família. A falta dessa primeira adaptação gerou conflitos posteriores, quando o casal, já com um filho adolescente, mais independente e que não pode mais funcionar como o mantenedor da homeostase interna, se viu em uma situação complicada240e240deram-se conta de que são muito diferentes, como dizem. O casal em questão cristalizou de tal forma sua maneira de ser e, levando em conta que cada um provém de uma família com estrutura disfuncional, porém totalmente opostas, e que não foram abandonadas ou reajustadas no momento da formação do casal, que não são capazes, num primeiro momento, de perceber uma saída para seus conflitos que não seja geradora de novos conflitos, agressão verbal e culpabilização mútua. No caso abordado, podem-se observar diversos aspectos da constituição do ser humano enquanto indivíduo e enquanto grupo familiar, e como a família de origem e sua organização são formadoras da personalidade e determinantes na forma de ser e estar no mundo do sujeito. Vê-se o quanto as pessoas podem desenvolver padrões disfuncionais de relacionamento e mantê-los, e como mudanças profundas podem ser geradoras de sofrimento por quebrar a homeostase do sistema.


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