REAÇÕES E SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE A SITUAÇÕES DE CRISE NA SAÚDE MENTAL

BETINA HILLESHEIM, GABRIELA CARVALHO MACHADO, MARIANA AZEVEDO DE SOUZA

Resumo


INTRODUÇÃO: A pesquisa entitulada "Reações e sentimentos dos profissionais de saúde frente a situações de crise na Saúde Mental", foi desenvolvida durante as disciplinas curriculares, do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Pesquisa Aplicada à Psicologia I e II. Trata-se de um trabalho que foi desenvolvido durante um ano, sendo finalizado em junho de 2014.240 OBJETIVOS: Os objetivos dessa pesquisa foram averiguar as reações e os sentimentos apresentados por profissionais de saúde frente240à situações de crise, investigar se são oferecidas capacitações para o trabalho com essa demanda, compreender como os profissionais de saúde relacionam- se com as famílias dos sujeitos que sofreram a crise e, ainda, analisar quais as dificuldades enfrentadas no cotidiano desses trabalhadores. Para isso, foram consideradas com o crise as situações como o surto psicótico e o suicídio. METODOLOGIA: Foi realizado um grupo focal e entrevistas semiestruturadas no Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPSIA), de Santa Cruz do Sul 226 RS. Após coletados, os dados foram transcritos, analisados a partir da análise de conteúdo e destacados em três categorias: sentimentos e reações, intervenções e atuação, e capacitações e preparo. RESULTADOS: Referente aos sentimentos, percebemos que há uma preocupação por parte dos profissionais do CAPSIA quando o paciente que está em crise ou comete uma tentativa de suicídio não está no serviço. Alguns desses sentem medo frente à essas situações, já outros sentem-se seguros com a equipe e com o trabalho que fazem juntos. Alguns profissionais sentem essas situações como difíceis de serem trabalhadas, porém se tratando de infância e adolescência sentem uma esperança, querendo ajudar mais ainda o sujeito. Há uma preocupação em fazer intervenções que sejam efetivas para que haja uma melhora do paciente, havendo no caso de tentativas de suicídio uma cautela ainda maior visando a aderência do sujeito e da família. Os atravessamentos jurídicos e políticos impedem algumas intervençõese a total autonomia do profissional.Há uma equipe muito integrada, com entendimentos dinâmicos, não sendo possível identificar a área de cada profissional, devido ao intenso compartilhamento de conhecimentos. Esses profissionais encontram dificuldades em manter o vínculo com os familiares dos usuários, mesmo disponibilizando grupos para esse público e uma escuta sempre que necessária. Em geral todos profissionais acreditam que nunca se sabe o que irão enfrentar em uma crise, e o que mais os aprimora é a prática. Apesar disso os profissionais do CAPSIA percebem a importância da formação continuada, porém lamentam pela falta de investimento e desinteresse do poder público. 240CONCLUSÃO: A partir dos dados coletados e analisados, foi possível perceber que há diversos sentimentos e reações que os efeitos do trabalho com casos de surto psicótico e/ou suicídio provocam nos profissionais de saúde. Quando o paciente não está no serviço os profissionais sentem mais angústia, preocupação, medo, tristeza e até mesmo raiva. Os profissionais tentam primeiramente resolver e acalmar o paciente através de uma escuta afetiva. O que causa revolta nos profissionais, muitas vezes, é a reação das família, achando que o paciente está querendo 223chamar a atenção224 e com a dificuldade de criar vínculos, essenciais para o tratamento, com esses familiares.


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