QUALIDADE DA DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE SEMENTES DE MILHO EM DIFERENTES BANCADAS SIMULADORAS
Resumo
O bom estabelecimento inicial da lavoura de milho é fundamental para que se atinjam níveis satisfatórios de produtividade. A distribuição longitudinal das sementes pode ser um fator restritivo do desenvolvimento da cultura, pois esse processo, quando realizado de forma inadequada, acarretará em perdas de até 3,5 sacos por hectare para cada 2,5 cm de desvio padrão da distribuição longitudinal no momento da semeadura. A adequação da semente ao disco recomendado pela empresa produtora faz-se importante, pois essa informação é obtida através de testes de semeadura em bancadas simuladoras, sob condições controladas. Contudo, estudos revelam que alguns destes equipamentos não geram confiabilidade em seus resultados, pois sua esteira não permite a apropriada fixação das sementes, causando repiques e deslocamentos superficiais longitudinais e os sensores ópticos estão suscetíveis ao erro da massa das sementes. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou avaliar o desempenho operacional de duas bancadas para a determinação de discos para semeadura de híbridos de milho, utilizadas pela Unidade de Beneficiamento de Sementes de Milho. A primeira bancada compõe-se por um dosador de sementes tipo disco alveolado horizontal, esteira para deposição das sementes constituída de material rugoso, visando diminuir possíveis deslocamentos longitudinais das sementes, e sensores ópticos, que realizam a coleta das informações de percentual de falhas e duplas aceitáveis, de acordo com especificações internas de controle de qualidade. A segunda bancada diferencia-se da primeira pela não existência de esteira e por apresentar um sensor ultrassônico (ondas de rádio de alta frequência) acoplado ao final do tubo condutor, identificando a massa dos sementes. No experimento utilizaram-se amostras de classificadas como R1 (redonda grande) e R4 (redonda pequena), considerando as duas extremidades de classificação de sementes arredondadas, maior e menor, testadas combinando-as com os seguintes discos: R1 226 disco de 11,5 mm, com anel de vão de 2 mm de espessura; R4 226 disco de 10,5 mm, com anel de vão de 1 mm de espessura, conforme recomendação de disco de semeadura da empresa, sendo que todas as repetições foram submetidas a teste com velocidade constante de 5 km/h, espaçamento de 0,70 m e população final desejável de 75.000 plantas por hectare. Os resultados obtidos expressaram que a quantidade de espaçamentos falhos, tanto para híbridos de peneira R1, quanto os de R4, foram maiores na bancada constituída por esteira e sensores ópticos, ficando em: 1,24% (R1) e 2,41% (R4). Já no equipamento com sensor ultrassônico obtiveram-se valores abaixo de 0,10%, em ambos os casos. Para o parâmetro de espaçamentos múltiplos os resultados, não se diferenciaram entre si, ficando ambos dentro dos limites aceitáveis: para o equipamento com sensores ópticos: 0,90% (R1) e 1,58% (R4); para a bancada com sensor ultrassônico: 1,06% (R1) e 0,93% (R4). Portanto, os resultados obtidos para a bancada com sensor ultrassônico apresentaram maior confiabilidade, uma vez que tal mecanismo impede que poeira ou partículas interfiram no reconhecimento das informações, facilitando a identificação de espaçamentos falhos, considerando apenas a massa das sementes que passem pelo tubo condutor.
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