EXTROFIA DE BEXIGA: DISCUTINDO DOENÇA E TRATAMENTO

Rovena Aparecida Rosa Strassburger, Carla Correa Gonçalves, Ingre Paz

Resumo


Considerada uma má formação congênita rara, a extrofia de bexiga se designa por uma formação incorreta da região inferior da parede abdominal, que compreende o trato geniturinário e o sistema musculoesquelético. O erro acontece durante o processo de embriogênese, quando o feto está em formação. Estima-se que a ocorrência esteja entre um caso para cada 30.000 a 50.000 recém nascidos vivos e sua maior predominância se dá no sexo masculino, entre 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver a má formação. Outras deformações normalmente acompanham o quadro de extrofia de bexiga, destas são citadas com frequência: atrofia peniana, clitóris bifurcado, epispádia e displasia dos músculos do assoalho pélvico. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise literária sobre a extrofia de bexiga e as formas de tratamento, traçando um paralelo entre as referências encontradas. Foi realizada uma revisão de literatura com enfoque descritivo e caráter exploratório em suporte de dados online, realizado durante o mês de maio de 2016 na disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar- Unidade de Clínica Pediátrica do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul - RS, com base no caso clínico de um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. É consenso entre os autores que a extrofia de bexiga é uma patologia congênita, tratada cirurgicamente nos primeiros anos de vida. O diagnóstico pós-natal é eminentemente clínico, através do exame da criança. Já o diagnóstico pré-natal, pode ser realizado através da ultrassonografia. Os critérios ultrassonográficos propostos para consideração do diagnóstico da extrofia de bexiga são: não visualização da bexiga; massa abdominal baixa, que aumenta de tamanho à medida que a gravidez progride; crescimento das vísceras; pênis pequeno, com escroto desviado anteriormente; inserção umbilical baixa; e, por fim, alargamento da distância entre as cristas ilíacas. A realização da osteotomia pélvica, concomitante ao fechamento do defeito urológico, é benéfica para o desenvolvimento de marcha do paciente, prevenção de artrose da articulação do quadril, além de facilitar a realização do procedimento urológico. Outras técnicas talvez sejam descritas no futuro para a correção de todas as alterações presentes em pacientes com extrofia de bexiga, porém a osteotomia pélvica é o procedimento que mais influencia, trazendo benefícios na correção do fechamento das extrofias. Propomos uma visão holística do problema e acreditamos que os portadores de extrofias de bexiga, bem como seus familiares necessitam de acompanhamento multidisciplinar, constituído por pediatra, cirurgião pediátrico, ortopedista, enfermeiros, assistente social, psicólogo e fisioterapeuta. Dessa forma, os pais estarão preparados para lidar com o problema e as crianças serão melhor acolhidas, tratadas e acompanhadas, o que contribui para minimizar intercorrências clínicas e operacionais, evitando longo período entre os procedimentos cirúrgicos.

Palavras-chave: Extrofia de bexiga; patologia congênita; embriogênese.



Apontamentos

  • Não há apontamentos.