FAMÍLIAS PSICOSSOMÁTICAS

Amanda Ulguim Gomes Agnes, Dulce Grasel Zacarias

Resumo


O presente trabalho aborda um estudo de caso realizado com uma família em atendimento no SIS/UNISC. São integrantes desta família em terapia a mãe, o pai e o filho. A análise apresentada foi elaborada com base em um estudo de caso em que a família coloca, no decorrer das sessões, problemas de saúde da mãe, indicando que a mesma apresenta um quadro psicossomático, que pode contribuir para os conflitos familiares que se fazem presentes nesta família. A esse respeito, o paciente psicossomático, segundo Silva (1998), pode desenvolver a doença para fugir dos seus conflitos intrapsíquicos e emocionais, sendo que até o ego mais saudável possui limites e resistência. Logo após o nascimento do filho, a mãe teve muitos problemas de saúde necessitando de internação hospitalar por um longo período; e a avó paterna assume os cuidados perante o recém-nascido. Ao longo da infância do filho, a mãe teve diversas internações hospitalares em decorrência de múltiplas doenças, não conseguindo dedicar muito tempo aos cuidados da criança. Essa grande ausência da mãe acarretou alguns traumas nos anos escolares inicias do filho. O menino demonstrava ser uma criança nervosa e tinha crises de choro quando passava em frente ao hospital, por temor a ausência da mãe. O pai, até certo ponto, foi presente no desenvolvimento do filho e companheiro de sua esposa, porém devido a ter os seus deveres profissionais não conseguiu estar presente em todos os momentos. Ademais, por receber maior atenção dos familiares quando encontra-se doente, o sujeito passa a vivenciar os seus problemas emocionais de forma física. Os motivos que podem levar um membro da família a adoecer podem ser variados. Nesse sentido, a terapia familiar sistêmica é importante para a compreensão dos relacionamentos entre os membros de uma família, pois se considera que essas relações familiares possuem fatores determinantes para a saúde psíquica de seus membros. Os problemas que ocorrem são resultados dessas interações do sistema familiar, como podemos observar com o caso da família em questão, que teve um integrante adoecido e, em consequência disso, a ocorrência de uma série de “problemas” aos demais integrantes da família. Podemos observar que se esse movimento ocorre no ceio da família, a mãe constantemente encontra-se doente e automaticamente todo o cuidado e olhar da família se volta para ela. Como uma tentativa de manter a homeostase da família, o filho representa um papel de rebeldia perante aos seus pais, possuindo uma relação conflituosa com os mesmos, gerando muitas brigas entre eles pelos mais diversos motivos. No caso analisado, os conflitos são intensificados entre a mãe e o filho, uma vez que o pai apresenta-se mais afastado da relação familiar, realizando pequenas intervenções quando muito necessário, e no restante dos momentos encontra-se no papel de um mero espectador.

Palavras-chave: Paciente psicossomático; homeostase; conflitos intrapsíquicos.


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