MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS PARA IDOSOS SEGUNDO CRITÉRIO DE BEERS PRESCRITOS PARA USUÁRIOS DA REDE PÚBLICA DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Silvana Silveira Soares, Camila Drewanz Brum, Carolina Marques Correa, Elisabete Maria Lovato Eick, Maria Eduarda Rodenbusch Lemes, Ticiana Braga Porto Rodrigues, Rosângela Rodrigues Marques

Resumo


O ser humano, com o envelhecimento, apresenta diversas alterações nas funções fisiológicas, principalmente renais e hepáticas que, como consequência, alteram características farmacodinâmicas e farmacocinéticas de muitos medicamentos prescritos cotidianamente na prática clínica, elevando o risco de efeitos colaterais para o paciente idoso. Muitos idosos apresentam uma ou mais doenças crônicas, o que acarreta em uso concomitante de mais de dois medicamentos, fato esse que aumenta a chance de ocorrer interações medicamentosas e efeitos adversos. Muitas dessas reações adversas podem ser evitadas na etapa de prescrição do medicamento, utilizando-se de critérios de exclusão ao identificar os fármacos que apresentam maior risco em relação ao benefício à saúde do idoso. Tem-se como objetivo verificar a prescrição de medicamentos potencialmente prejudiciais para idosos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nos serviços de dispensação de medicamentos a nível municipal e estadual do município de Santa Cruz do Sul – RS, utilizando Critérios de Beers. Foi aplicado um questionário com resposta autorreferida sobre o uso de medicamentos contínuos e tratamento farmacológico para 124 idosos de 60 a 86 anos, usuários da rede pública de dispensação de medicamentos no período de agosto a outubro de 2015, durante o Estágio I – Saúde Coletiva do curso de Farmácia da UNISC. Posteriormente, analisou-se suas prescrições médicas e utilizou-se os Critérios de Beers para a classificação dos medicamentos utilizados por essa população. Foram avaliadas as prescrições de 124 idosos, sendo 51% do sexo masculino e com média de idade de 68 anos. Verificou-se a ocorrência de 55 prescrições de medicamentos potencialmente perigosos para pacientes idosos, com vinte pacientes fazendo uso de ácido acetilsalicílico, sendo que somente um desses possuía prescrição de terapia de suporte inibidora da bomba de prótons; quatorze indivíduos usando amitriptilina; treze sujeitos utilizando anti-inflamatórios não recomendados; dez utilizavam fluoxetina; oito fazendo uso de clonazepam; e os medicamentos fenobarbital, clonidina, espironolactona e ciclobenzaprina com uma utilização cada. Quatro destes pacientes utilizavam fluoxetina e amitriptilina simultaneamente e um paciente estava fazendo uso de amitriptilina e clonazepam concomitantemente, o que aumenta chances de efeitos adversos. Por meio desses dados, conclui-se a necessidade de maior cuidado na escolha dos medicamentos a serem prescritos aos pacientes idosos, compreendendo as alterações fisiopatológicas de pacientes desta faixa etária. A prática de revisões constantes dos prontuários e condições de saúde com uma atenção criteriosa é fundamental para que haja realmente maior benefício ao utilizar medicamentos contínuos, minimizando-se ao máximo a ocorrência de efeitos adversos relativos ao uso desses medicamentos e proporcionando um envelhecimento com qualidade de vida.

Palavras-chave: Farmacodinâmicas; Farmacocinéticas; Idosos; Medicamentos.

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