PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) E USO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS POR USUÁRIOS DA REDE PÚBLICA DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Silvana Silveira Soares, Camila Drewanz Brum, Carolina Marques Correa, Elisabete Maria Lovato Eick, Maria Eduarda Rodenbusch Lemes, Ticiana Braga Porto Rodrigues, Rosângela Rodrigues Marques

Resumo


A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica multifatorial e um dos principais fatores de risco cardiovascular. Com detecção por vezes tardia dada sua progressão lenta e silenciosa, é considerada ainda um grave problema de saúde pública, devido aos altos custos ao sistema público, e a maior causa de óbito prevenível no mundo, responsável por 13% de óbitos. O tratamento adequado da HAS é fundamental para a redução dos índices de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares e consiste em alteração no estilo de vida e tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos. Busca-se, com este estudo, verificar a prevalência de hipertensão arterial e o uso de tratamento farmacológico anti-hipertensivo em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nos serviços de dispensação de medicamentos a nível municipal e estadual do município de Santa Cruz do Sul – RS. Foi verificada a pressão arterial (P.A.) de 242 indivíduos usuários de dispensação de medicamentos da rede pública no período de agosto a outubro de 2015 durante o Estágio I – Saúde Coletiva do curso de Farmácia da UNISC. Em seguida, foi aplicado um questionário sobre o uso de medicamentos contínuos com resposta autorreferida e também realizou-se uma análise das prescrições médicas. A análise da pressão arterial foi feita de acordo com os pontos de corte das VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial e a análise dos dados foi feita no software SPSS 20.0. Como resultado, desses 242 pacientes verificados, 58% foram mulheres. A média de idade foi de 60 anos e da pressão arterial foi de 140:100 mmHg, variando de 90:70 a 250:220 mmHg. Dessa população verificada, 4,5% não foi possível confirmar a aferição; 7,3% apresentou P.A. considerada ótima; 13% apresentou P.A. normal; 15,4% apresentou P.A. considerada limítrofe; e 16,2%, 19,8% e 21,9% apresentaram Hipertensão Arterial estágios 1, 2 e 3, respectivamente. Desses usuários, 119 faziam uso de no mínimo um tipo de anti-hipertensivo contra 103 que não faziam uso, sendo que 22 usuários não informaram uso de tratamento farmacológico. Os medicamentos mais utilizados foram os diuréticos, prescritos para 41 indivíduos, seguidos por fármacos Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) (captopril e enalapril), com 32 e 27 usuários, respectivamente; e 26 indivíduos fazendo uso de losartana, um fármaco Antagonista de Cálcio. Outros medicamentos anti-hipertensivos foram utilizados por 36 indivíduos. Verificou-se que os pacientes possuem uma compreensão limitada sobre a extensão dos agravos decorrentes da hipertensão arterial. Ocorre, ainda, a utilização incorreta de alguns medicamentos, como é o caso do captopril, que acarreta problema relacionado à efetividade do mesmo no controle da doença. Constatou-se, também, a ocorrência de interações medicamentosas potencialmente prejudiciais à saúde do indivíduo. Esses fatos evidenciam a necessidade iminente do profissional farmacêutico presente e atuando ativamente no processo da assistência farmacêutica na saúde pública, promovendo assim melhor qualidade de vida da população.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); Risco Cardiovascular; Saúde Pública.

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