AVALIAÇÃO DA ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Resumo
Estudantes de Medicina fazem parte de um grupo vulnerável aos transtornos do sono, devido à intensa carga horária curricular, às atividades extracurriculares, à exigência de alto rendimento e ao tempo dedicado aos estudos. Esses estudantes geralmente têm um padrão de sono irregular, caracterizado por sonos de curta duração e dificuldade em adormecer no período noturno. A sonolência diurna excessiva pode levar a distúrbios de sono graves, afetando o desempenho das áreas cognitivas do indivíduo e acarretando prejuízos sobre a atenção, concentração e memória. O estudo se propôs a avaliar o grau de sonolência dos estudantes da graduação do curso de medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul - RS, de forma transversal, quantitativo, retrospectivo, tendo sido realizado no período de maio a junho de 2016. A amostra foi composta por 69 estudantes de medicina, escolhidos de forma aleatória entre os 106 alunos do segundo ao quarto semestres da graduação, que firmaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Do total de alunos escolhidos, 18 eram do primeiro ano de graduação e 51 do segundo ano. A coleta de dados foi realizada através da aplicação da Escala de Sonolência de Epworth (ESE), sendo tabulados e analisados posteriormente no programa Microsoft Excel. A ESE avalia a sonolência diurna excessiva, ficando comprovada quando se obtém uma pontuação igual ou acima de 10, devendo ser investigada. Essa escala, que varia de 0 a 24 verifica a chance de o indivíduo adormecer em várias situações diárias. Há quatro possíveis pontuações para cada situação: nenhuma chance de cochilar (0); pequena chance de cochilar (1); moderada chance de cochilar (2), alta chance de cochilar (3). A pontuação máxima observada foi de 21 pontos e a mínima de 2. A média de pontuação foi de 11,86. A análise dos dados revelou que 51 alunos apresentaram um grau de sonolência excessiva. A idade dos alunos variou de 37 a 17 anos, obtendo-se uma média de 21 anos e 6 meses. Dos 69 alunos avaliados, 50 foram do sexo feminino (72,5%) e 19 do sexo masculino (27,5%). Observou-se que a atividade que obteve mais pontuação foi ao deitar-se à tarde para descansar, e a situação de estar sentado conversando com alguém foi a de menor pontuação. Ao avaliar o grau de sonolência dos estudantes de medicina em diferentes semestres, conclui-se que esse grupo dorme, em média, uma quantidade insuficiente, e, portanto, apresenta grau de sonolência elevado (73,9% dos alunos). Dessa forma, recomenda-se um planejamento dos horários de suas responsabilidades, de forma a seguir certa regularidade, a fim de preservar as horas de sono mínimas necessárias para um indivíduo saudável.
Palavras-chave: Transtornos do Sono; Estudantes; Sonolência Diurna.
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