RELATO DE EXPERIÊNCIA: INTERCÂMBIO EM MOÇAMBIQUE, ÁFRICA.

Ricardo da Silva Amaral, Estela Maris Gassen Gonçalves

Resumo


O intercâmbio tem-se mostrado como um fenômeno em crescimento entre jovens estudantes que estão em constante busca de novas experiências culturais, aliado à necessidade de interpor-se em questões sociais. O país de escolha para o intercâmbio foi Moçambique, localizado no leste da Áfri, e a escolha se deu inicialmente pela África, por ser um dos continentes de maior pobreza no mundo. Diante da situação econômica, há um eminente risco à saúde da população. As ações voluntárias do intercâmbio foram realizadas no período de dezembro de 2013 à fevereiro de 2014. Essas aconteceram por meio da Organização não Governamental (ONG), Visão Global Para a Vida (VGV), entidade moçambicana, situada em Maputo, de natureza não lucrativa, com fins humanitários e sua missão é promover e apoiar iniciativas em prol dos grupos sociais desfavorecidos na comunidade rural de Matola-Gare. As áreas de intervenção são desenvolvimento comunitário sustentável, saúde e educação. As ações assistem cerca de 60 crianças, algumas das quais órfãs e cerca de 50 famílias, em sua maioria, composta por mães solteiras ou viúvas, em situação de extrema pobreza. As atividades que realizamos na ONG VGV foram de caráter interdisciplinar, desenvolvendo atividades de promoção de saúde. Inicialmente realizamos atividades de higiene oral, onde cada criança recebeu uma escova, doadas pelo curso de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, e o um porta-escovas confeccionado pelos intercambistas, realizamos escovações orientadas, desenvolvendo, assim, o hábito da escovação, que é consolidado como melhor método de prevenção à cárie dentária. Também realizamos visitas domiciliares, que levaram informações e métodos de prevenção aos moradores sobre as diversas doenças a que estão vulneráveis, como doenças sexualmente transmissíveis, cólera e malária. Para a educação, foram ministradas aulas informais ajudando os jovens em suas dificuldades na leitura, escrita, conceitos básicos de matemática e idiomas. Uma das questões mais relevantes era a falta de estrutura de apoio para ONG, pois inúmeras vezes constatamos que não haviam alimentos para fornecer as crianças, o que prejudicava as atividades de educação. Sem alimento as crianças retornavam às suas casas, local onde também havia falta do mesmo. As ações podem parecer pequenas diante dos diversos problemas enfrentados pela população, mas as informações e ensinamentos certamente farão a diferença em suas rotinas, além das pessoas sentirem que estão sendo vistos e valorizadas enquanto seres humanos. Os dois meses que ficamos na África proporcionaram grandes vivências para o nosso crescimento pessoal e cultural. Os momentos mais marcantes foram aqueles junto às crianças, que mesmo em condições precárias, sempre estavam com um enorme sorriso e imenso carinho. Levamos de lição que adversidades todos temos, cabe a nós decidirmos a maneira como iremos conduzir essas situações.

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