LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DAS PTERIDÓFITAS NA GRUTA NOSSA SENHORA DE LURDES, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL.
Resumo
As pteridófitas foram as primeiras plantas vasculares, ou seja, tornaram-se capazes de transportar seiva bruta e elaborada através de tecidos condutores por toda a planta. Suas diferentes formas biológicas é que resultaram em sua grande diversidade, ocupando os mais diversos ambientes. São mais frequentes em zonas tropicais que possuem um ambiente fresco e úmido propício para seu desenvolvimento, assim, no sul do Brasil, a maior diversidade de pteridófitas é encontrada em formações de floresta ombrófila densa e em floresta ombrófila mista. Assim, este estudo tem como objetivo a identificação da pteridoflora de um fragmento do Cinturão Verde. Para tal, o levantamento ocorreu especificamente na Gruta Nossa Senhora de Lurdes próximo à Casa de Retiro Loyola, em Santa Cruz do Sul, RS. Houve coletas de março a junho de 2016 em uma área de dois hectares através do método de caminhamento. Todas as espécies encontradas foram amostradas e as coletas herborizadas, identificadas e depositadas no Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul (HCB). Foram registrados no total 21 indivíduos distribuídos em 7 famílias, 13 gêneros e 16 espécies, sendo identificadas duas morfoespécies até o nível de família e três identificadas até o nível de gênero. A família com a maior riqueza foi Dryopteridaceae com 5 indivíduos, seguidos pela Aspleniaceae e Polypodiaceae com 4 indivíduos cada e demais famílias representadas por menos de 3 indivíduos. Os gêneros com o maior número de espécies foi Asplenium com 4 indivíduos e Thelypteris com 3 indivíduos. As espécies mais frequentes foram Megalastrum abundans e Lastreopsis effusa, sempre presentes à beira do arroio e em toda a sua extensão na área estudada, seguidas das espécies Asplenium abscissum, Asplenium brasiliense, Asplenium laetum, Campyloneurum repens, Diplazium cristatum e Pteris denticulata. Quanto ao substrato preferencial, 76,1% das espécies são terrícolas, 19% são rupícolas e 14,2% são corticícolas. Há um predomínio de espécies terrícolas nas comunidades das pteridófitas, dessa forma, observa-se que apenas duas famílias, Aspleniaceae e Polypodiaceae, não apresentam todos os seus indivíduos exclusivamente terrícolas, sendo característica dessas famílias apresentarem grande número de espécies corticícolas (epífitas) e, ocasionalmente, terrícolas e rupícolas. Apesar de a área de estudo ter sido grande, a lista de espécies não é muito diversa, sendo a causa provável a poluição local, pois se observou em toda a área a presença de deposição de lixo. Foram encontrados tanto no arroio quanto nas trilhas muitos vidros e sacolinhas plásticas. Destaca-se, assim, a importância da conscientização e da preservação do Cinturão Verde, um importante corredor ecológico da região.
Palavras-chave: Pteridófitas; Floresta Ombrófila; Preservação; Cinturão Verde.
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