PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS: AS DIFERENÇAS EXISTENTES ENTRE HOMENS E MULHERES NA BUSCA PELO SERVIÇO

Yohanna Breunig, Bethânia Oliveira Rodrigues, Karine Vanessa Perez

Resumo


O cuidado com a saúde é um aspecto que vem se destacando na sociedade atualmente, levando em consideração a valorização que as pessoas têm dado ao seu estado físico e emocional. Desse modo, é possível percebermos um crescente enfoque na prevenção de riscos por parte dos meios de comunicação, incentivando as pessoas a buscarem cada vez mais cedo estratégias de promoção de sua saúde. Nesse sentido, durante nossa prática de Estágio Integrado de Psicologia I e II, realizado em uma instituição com o foco em Promoção da Saúde e Prevenção dos Riscos e Doenças, nos propusemos a pesquisar as distinções existentes entre homens e mulheres na busca por este serviço de saúde. Para tanto, foram analisados 240 prontuários de pacientes jovens adultos, que se encontram na faixa-etária de 20 a 29 anos. Os resultados obtidos demonstraram que o número de mulheres que participam das atividades do serviço é indiscutivelmente maior que o de homens, considerando que o percentual feminino equivale a 82,08%, enquanto o masculino totaliza 17,92%. Sendo assim, questionamo-nos por qual razão os homens demonstram, aparentemente, menor preocupação com sua saúde. Isto posto, pode-se buscar respostas, quando consideramos a questão de gênero como culturalmente construída, levando em conta também os aspectos sócio-históricos. Destarte, é possível perceber um descaso dos homens em relação aos cuidados com sua saúde, buscando ajuda somente quando os problemas já estão agravados, o que pode estar relacionado às posições de sujeitos historicamente esperadas para o homem. Há muito tempo o homem tem sido concebido como o provedor da família, aquele que é forte, viril e invulnerável. Cabia a ele o serviço pesado e não havia tempo de se preocupar com sua saúde, além de não lhe pertencer a função do cuidado, o qual era atrelado ao ofício das mulheres. Portanto, a baixa adesão de homens nos espaços de promoção à saúde relaciona-se, direta ou indiretamente, ao imaginário de perda de sua masculinidade, tendo em vista que nos processos de socialização é culturalmente esperado que estes se afastem de características atreladas ao feminino, como o cuidado, a sensibilidade e fragilidade. Através dessa resistência à busca pelos serviços, advinda da ideia de que são inatingíveis, acabam postergando ou até não realizando nenhum cuidado. Assim, percebemos que a mulher tem mais facilidade de ocupar os espaços de saúde do que o homem, visto que as ideias baseadas em um modelo patriarcal continuam muito vigentes. Com isso, aferimos que é necessário um maior investimento em estratégias de promoção e prevenção da saúde do homem. Mas não podemos ignorar o fato de que essa falta de adesão só será modificada quando alguns paradigmas forem desconstruídos, alterando a concepção acerca do que é considerado masculino e feminino.

Palavras-chave: promoção da saúde; gênero; desconstrução de paradigmas.

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