DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Cristiane Luiza de Vargas, Luciane Maria Schmidt Alves

Resumo


Este trabalho consiste no relato de experiência referente à realização de diagnóstico comunitário junto à microárea de uma ESF, no município de Santa Cruz do Sul - RS. O diagnóstico situacional é resultado de um processo de coleta, tratamento e análise dos dados colhidos no local em que se deseja realizá-lo, podendo ser considerado uma das mais importantes ferramentas de gestão e pesquisa das condições de saúde e risco de determinada população, posteriormente, planejar e programar suas ações. Este estudo objetiva relatar a experiência acadêmica em desenvolver um diagnóstico comunitário. Este é um relato de experiência desenvolvido na disciplina Prática de Saúde Coletiva II do curso de Enfermagem da UNISC. Justifica-se pela importância de um diagnóstico comunitário para guiar o trabalho do enfermeiro e buscar conhecer as reais necessidades da comunidade. Com o apoio do ACS responsável pela microárea, buscou-se colher informações sobre os aspectos históricos e culturais da comunidade, sendo usados sites, encartes e jornais para comprovar as informações. Elaborou-se um parecer geral, destacando os problemas e potencialidades evidenciadas, sugerindo melhorias no desempenho das atividades já existentes e a criação de novas oficinas para abranger a população ainda descoberta. Identificou-se que os problemas de habitação são quase inexistentes, não sendo habitadas as moradias antigas e em precárias condições de conservação. Levando em consideração a cultura local predominante (tradicionalmente alemã), considerou-se alguns hábitos alimentares como fator de risco para esta população. Percebeu-se que consomem carnes/embutidos e doces com frequência, assim como bebida alcoólica com frequência, fato que nos faz pensar na condição de saúde destes adultos e qual será a maneira mais correta de enfrentamento para este problema. Os dados mostram que a população, por faixa etária, apresenta um número reduzido de crianças e os problemas de saúde referidos com maior frequência são os oftalmológicos, hipertensivos, tabagismo, lombares, seguido de renais e pulmonares, entre outros relatados. Como já mencionado, o problema de saúde que mais afeta esta população é o oftalmológico, bastante preocupante quando relacionado ao futuro destas pessoas, pois afetam a autonomia, acarretando vários outros problemas. Em seguida, a hipertensão, com 72 casos diagnosticados e em tratamento medicamentoso, levando-nos a pensar no alto custo no caso de uma internação. Em terceiro, o tabagismo, sendo muitas vezes banalizados os seus riscos de desenvolver complicações gravíssimas que podem levar o paciente a morte e gerar altos custos com tratamentos, que em muitas casos são incapazes de trazer melhora no prognóstico. Diante dessa experiência, pode-se concluir a importância do diagnóstico comunitário, que é fundamental para sabermos em que contexto ela está inserida, quais são os seus antepassados, de onde vêm suas tradições e costumes, pois somente cientes destes fatos poderemos direcionar as nossas ações como coordenadores de uma equipe de saúde. O diagnóstico comunitário só vem acrescentar ao trabalho da ESF, pois, a partir dele, é possível conhecer a realidade e a comunidade para a qual o trabalho está sendo destinado, permitindo a implementação de estratégias e programas com a finalidade de atender com qualidade a população, contribuindo para uma melhor condição de trabalho.

Palavras-chave: diagnóstico comunitário; trabalho do enfermeiro; comunidade.


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