PROTOCOLO DE MEDIDAS TERAPÊUTICAS PARA CASOS DE EDEMA DE LÍNGUA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - ADULTO

Luana Cardoso de Freitas, Bárbara Soldatelli Ballardin, Leo Kraether Neto

Resumo


Os pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido à gravidade dos quadros de saúde e possíveis riscos iminentes de morte, necessitam de atenção integral de forma rápida e sistemática de todas as especialidades da área da saúde. Os ferimentos corto ou lácero-contusos em orofaringe, ocasionados durante a internação, podem ser complicadores e/ou co-morbidade coadjuvante importante para o não restabelecimento de saúde dos pacientes. São advindos especialmente da prolongada entubação orotraqueal. O edema da língua, ou como muitos autores classificam como macroglossia, é um aumento de volume temporário da mesma. De acordo com Lam e Vavilala (2000), ocorre uma congestão linfática ou venosa causada por compressão local, capaz de interferir com a drenagem através das veias linguais, acarretando em um inchaço isolado da língua. Outros mecanismos capazes de causar edema são trauma, reação alérgica, infecção e excessiva quantidade de fluido pós-operatório (GRIGSBY et al., 1990). Os objetivos desse estudo são verificar se há uma manobra terapêutica capaz de evitar e/ou diminuir os danos causados por edema de língua e sua respectiva projeção para fora da cavidade oral em pacientes com intubação orotraqueal e internados em Unidade de Terapia Intensiva - adulto, investigar qual (is) a(s) causa(s) do edema de língua e sua projeção para fora da cavidade oral e validar medidas ou manobras terapêuticas rápidas e eficazes. O presente trabalho caracteriza-se por estudo de caso em um paciente do gênero masculino, 27 anos de idade, internado em Unidade de Terapia Intensiva – adulto após ter sofrido um acidente de trânsito. Como consequência, apresentou o quadro de traumatismo cranioencefálico (TCE), sendo este o motivo da internação. Após um dia de internação, sob intubação orotraqueal e ventilação mecânica, o paciente apresentou significativo edema de língua e projeção da mesma para entre os dentes. No exame físico intra-bucal foi possível observar a presença de lacerações em ventre, dorso e borda lateral esquerda de língua próximo ao ápice, apresentando necessidade de alguma intervenção/manobra terapêutica eficaz e de fácil aplicabilidade para evitar a progressão das lesões. O tratamento proposto para o caso clínico foi o uso de espátulas de madeira com gazes enroladas em cada uma delas e posterior interposição de uma em cada hemiarcada, entre os dentes superiores e inferiores nos lados direito e esquerdo. A colocação da espátula com as gazes, entre os dentes, aumenta a dimensão vertical de oclusão do paciente evitando que o mesmo continue mordendo a própria língua e lacerando-a. Auxilia também na redução do edema na língua, pois com a regressão e ausência das lesões não irá mais haver inflamação e liberação de mediadores, que resultam em formação de edema através da cascata da inflamação. O uso das espátulas de madeira com gaze, interpostas entre os dentes em cada hemiarcada, é uma técnica de fácil empregabilidade e capaz de evitar/diminuir os danos causados ao paciente que esteja sob intubação orotraqueal e que apresenta considerável edema de língua.

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