Introdução: O estilo de vida atual originou uma diversificação nos hábitos alimentares dos brasileiros, que tem aumentado cada vez mais a preferência por alimentos industrializados, aumentando, consequentemente, o consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcar e diminuindo cada vez mais o consumo de carboidratos complexos como frutas, verduras e legumes. As frutas e verduras têm papel importante para a prevenção de doenças cardiovasculares bem como a obesidade e as suas comorbidades, porém a ingestão destes alimentos por crianças e adolescentes têm se mostrado abaixo do recomendado. A pirâmide alimentar brasileira preconiza a ingestão de quatro porções diárias de frutas e verduras para crianças em idade escolar, já para adolescentes recomenda-se a mesma porção de fruta, mas quatro porções e meia de hortaliças. Objetivo: Avaliar o consumo de frutas e verduras por crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade atendidos num projeto de extensão universitário. Metodologia: Pesquisa transversal, de natureza quantitativa, realizada no ambulatório Vida Leve, que atende crianças e adolescentes em excesso de peso, e faz parte do projeto de extensão “Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano”, vinculado à Universidade de Santa Cruz do Sul. Se analisaram os dados coletados do prontuário dos pacientes, na sua primeira consulta, referente à frequência semanal de consumo de frutas e verduras. Resultados: A amostra foi constituída de 59 pacientes, com mediana de idade de 8 anos. Para o consumo de frutas 8,47% (n=5) responderam nunca consumir, 6,78% (n=4) relataram consumir esporadicamente, menos de 1 vez na semana, 11,86% (n=7) disseram consumir de 1 a 2 vezes na semana algum tipo de fruta, 30,51% (n=18) relataram consumir frutas 3 a 4 vezes na semana, 42,37% (n=25) consomem frutas todos os dias. Em relação ao consumo de verduras 11,86% (n=7) disseram nunca consumir, 5,08% (n=3) consomem esporadicamente, a frequência de 1 a 2 vezes e 3 a 4 vezes na semana foi o mesmo, sendo 16,95% (n=10) e 49,15% pacientes disseram consumir diariamente verduras. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que menos da metade da população estudada consome diariamente tanto frutas quanto verduras. Fato que pode estar relacionado à baixa oferta desses alimentos, tanto pela família quanto pela escola, em detrimento a outros, mais ricos de açúcares e gorduras. Esse resultado, em consonância com outros estudos, reforça a necessidade de haver ações de educação nutricional nas escolas, famílias e comunidades, a fim de incentivar e mostrar a importância da alimentação de qualidade, rica em frutas e verduras.