RELATO SOBRE ESTÁGIO INTEGRADO EM PSICOLOGIA I E II NA COOMCAT

Renata Maria Muller, Jossana Liessen Nunes, Ana Luisa Teixeira de Menezes

Resumo


Como estagiárias do LAPS (Laboratório de Práticas Sociais), escolhemos como campo de atuação para desenvolvimento deste estudo a COOMCAT. Esta foi fundada em 2010 por catadores e catadoras, antigos membros da Associação Ecológica dos Catadores de Materiais Recicláveis de Santa Cruz do Sul – ASECMAR que, desde 2003, vem desenvolvendo junto à comunidade santacruzense uma prestação de serviço nas áreas de limpeza urbana e conscientização ambiental. A COOMCAT atua como administradora da usina municipal de triagem há alguns anos, e vem se articulando para possibilitar um trabalho mais rentável e digno para seus cooperados. Administra, também, a coleta seletiva solidária que é um sistema de conscientização e de recolhimento de materiais recicláveis em diversos pontos da cidade. Dentro deste campo de estágio temos como objetivos a realização de análise comunitária e ações em saúde. Consideramos a importância de vivências terapêuticas para a integração do grupo, assim como espaços de acolhimento para os indivíduos. As práticas são compostas pela realização de questionários, dança, criação de mandalas, atendimentos individuais e mediações com outros cursos da saúde da UNISC, conforme a demanda da cooperativa. Os resultados podem ser vistos quando nos referimos à proteção, sobrevivência, reprodução e desenvolvimento de seus membros e do coletivo. Tendo a interação instrumental e comunicativa, visamos a valorização do sujeito. Com nossa inserção e realizações das práticas na cooperativa, percebemos mudanças nos modos de interação dos sujeitos e do coletivo. O grupo antes era retraído, agora está aos poucos deixando que o desconhecido entre, construindo assim novos olhares e aprendizados. Quando o local de trabalho apresenta certa precariedade e limitações, o sujeito empobrece a ação transformadora, reduz o fluxo dos processos de subjetivação do mundo e de objetivação do ser, mas quando o indivíduo atua num contexto solidário e dialógico sua realidade passa a ser transformada. Quando falamos em comunidade, estamos nos referindo a um todo – trabalho, casa, sociedade – e devemos ter um olhar atento ao potencial que esta comunidade tem para as mudanças, assim como estudar o indivíduo no seu modo de vida na comunidade e como se reflete e se transforma mentalmente, compreendendo assim suas necessidades. As atividades devem visar a aceitação das diferenças, a qualidade de vida e inclusão, dando condições de uma possível transformação dos sujeitos, de sujeitos assujeitados a sujeitos desejantes e produtivos. As atividades nessa proposta de análise comunitária são modificadas e criadas a partir das necessidades e desejos dos sujeitos como um todo.

Palavras-chave: práticas sociais; conscientização ambiental; catadores.


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