CONSUMO DE REFRIGERANTES E SUCOS ARTIFICIAIS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL

Bruna Fernanda Assmann, Taise dos Santos, Marilia Dornelles Bastos, Francisca Maria Assmann Wichmann, Angelica Cristine Feil, Fabiana Assmann Poll

Resumo


Introdução: Nos países desenvolvidos, a obesidade é considerada importante problema de saúde pública em adultos e, na infância e na adolescência, é cada vez mais frequente. A situação é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde já considera a obesidade uma epidemia e prevê consequências adversas. Esse quadro é resultado do processo de transição nutricional pelo qual o Brasil vem passando nas últimas décadas. O contínuo aumento da adiposidade nas crianças e adolescentes está relacionado a fatores como a dieta e do estilo de vida. Objetivo: Identificar o consumo de refrigerante e sucos artificiais por crianças e adolescentes em excesso de peso atendidos no ambulatório multiprofissional Vida Leve. Metodologia: Estudo com delineamento transversal, de natureza qualitativa e quantitativa. Participaram do estudo crianças e adolescentes em excesso de peso atendidas no ambulatório, durante os anos de 2015 e 2016. O ambulatório realiza atendimentos semanalmente e visa atender a esse público, sendo formado pelos acadêmicos e professores do curso de Medicina e Nutrição da Universidade. E faz parte do projeto “Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: da Infância ao Envelhecimento Humano”, que ocorre junto ao Serviço Integrado de Saúde, na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC/RS. Para atingir os objetivos propostos foram coletados dos prontuários das crianças e adolescentes a frequência de consumo de refrigerantes e sucos artificiais relatada em sua primeira consulta no ambulatório. Resultados: Analisou-se os dados de 59 crianças e adolescentes em excesso de peso, com mediana de idade de 8 anos (com intervalo de 9 meses à 15 anos) referente ao consumo de refrigerantes e sucos artificiais. Obteve-se que 5,08% (n=3) nunca consomem; 13,56% (n=8) ingerem esporadicamente; 30,51% (n=18) fazem uso 1 a 2 vezes por semana; 11,86% (n=7) consomem de 3 a 4 vezes por semana e 38,98% (n=23) bebem diariamente. Conclusão: Conclui-se que a frequência de consumo maior foi a diária, seguida de 1 a 2x na semana. Esse fato nos revela um consumo inadequado e preocupante dessas bebidas adoçadas pelas crianças e adolescentes, que podem representar um dos fatores agravantes para a obesidade, já que se tratam de alimentos calóricos, ricos em açúcar, pouco nutritivos, com baixa promoção de saciedade e não considerados essenciais na rotina alimentar para o bom desenvolvimento infantil. Ao mesmo tempo percebe-se um aumento de crianças e adolescentes com consumo de 1 à 2 vezes por semana, que pode nos indicar uma limitação desse uso, aos finais de semana, que representa um comportamento um pouco mais satisfatório, e normalmente flexibilizado pelos pais, na tentativa de reduzir a exposição diária a essas bebidas.


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