CONSUMO DE FRITURAS E DOCES POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARTICIPANTES DO AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL VIDA LEVE

Taise dos Santos, Bruna Fernanda Assmann, Francisca Maria Assmann Wichmann, Angelica Cristine Feil, Fabiana Assmann Poll, Marilia Dornelles Bastos

Resumo


Introdução: Nas últimas décadas o índice de obesidade vem apresentando um aumento em vários países ao redor do mundo. O excesso de peso é observado praticamente em todas as faixas etárias da população, sua prevalência cresceu nos últimos anos e constitui um dos mais significativos problemas nutricionais da atualidade. Esse aumento crescente de incidência na infância e na adolescência vem acarretando vários problemas e consequências a saúde, como alterações metabólicas, hipertensão e intolerância à glicose. Agravos que há alguns anos eram mais evidentes somente em adultos, porém hoje já observados em faixas etárias mais jovens. Objetivo: Identificar a frequência de consumo de frituras e doces por crianças e adolescentes em excesso de peso atendidos no ambulatório multiprofissional Vida leve, junto ao Serviço Integrado de Saúde da UNISC/RS. Metodologia: Estudo do tipo quantitativo e qualitativo, com delineamento descritivo observacional. Foram coletados dados relatados na primeira consulta das crianças e adolescentes atendidos no ambulatório no período de 2013 a 2016, com relação a frequência do consumo de frituras e doces. Esse ambulatório, que visa atender crianças em excesso de peso, conta com acadêmicos, bolsistas e professores dos cursos de nutrição e medicina da Universidade, realiza atendimentos semanalmente e faz parte das atividades do projeto “Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano”, que realiza suas ações junto ao Serviço Integrado de Saúde, na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)/RS. Resultados: Analisaram-se o dados de 59 crianças e adolescentes em excesso de peso, com mediana de idade 8 anos, (Intervalo de variação de 9 meses a 15 anos). O consumo de frituras diário não foi citado; a frequência “nunca” foi referida por 6,78% (n=4) dos pacientes e a esporádica por 38,98% (n=23); uma a duas vezes/semana foi relatado por 37,29% (n=22) e três a quatro vezes/semana por 16,95% (n=10). Os doces eram consumidos de uma a duas vezes por semana por 25,42% (n=15) dos pacientes; três a quatro vezes por semana por 13,56% (n=8); diariamente por 39,98% (n=23), esporadicamente por 15,25% (n=9) e nunca consomem somente 6,78% (n=4). Conclusão: As frequências de ingestão de frituras foram menores que as de consumo de doces. Esse consumo nos faz refletir sobre aspectos culturais da região e o aumento do uso de refeições prontas e alimentos industrializados, que estão mais presentes na rotina das famílias. Destaca-se que a formação de hábitos alimentares e estilo de vida adequados estão em desenvolvimento nessa fase da vida, e dependem muito do ambiente em que se vive e dos modelos que se tem, ou seja, da família e da escola. A modificação do comportamento alimentar é uma das principais etapas para o controle da obesidade e merece atenção e estratégias apropriadas das equipes de saúde.


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